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Síria desmente que tenha relação com vala comum em Deraa

O governo sírio negou nesta terça-feira (17) que tenha relação com uma fossa coletiva encontrada na cidade de Deraa, afirmando que se trata de uma "campanha de incitação à violência" da oposição, que persiste em atos de desestabilização e protestos.

Os relatos sobre uma fossa comum, descoberta com cadáveres de supostos ativistas opositores ao presidente Bashar al-Assad na cidade do sul da Síria "são completamente inverídicos" e são parte de "uma campanha de incitação", assinalou o Ministério do Interior.

As autoridades, entretanto, isolaram a área situada na parte velha de Deraa para impedir que as pessoas desenterrassem os cadáveres de forma arbitrária, e prometeram entregar os restos posteriormente a seus familiares, segundo informações da agência Sana de notícias.

Ativistas de organizações de Direitos Humanos e adversários políticos do governo al-Assad acusaram forças de segurança de bloquear o acesso de repórteres estrangeiros e outras personalidades, alegando que isso teria o objetivo de impedir que a verdade venha à tona. Ao mesmo tempo, uma autoridade do governo rechaçou as acusações.

Meios de comunicação situados em uma cidade limítrofe com a Jordânia indicaram que vizinhos de uma aldeia próxima da cidade retiraram 13 corpos, inclusive o de uma mulher e de seus filhos, achados em uma só vala.

Deraa foi o epicentro das revoltas populares contra al-Assad, que iniciaram com reivindicações de reformas democráticas e mais liberdades políticas, mas derivaram em protestos por renúncia do gabinete e do próprio presidente do país.

Após o recrudescimento dos distúrbios, com um saldo letal, que o governo atribuiu a uma conspiração estrangeira e a bandos terroristas armados, o Exército e a polícia empregaram mais efetivos, tanques e outros veículos militares para apaziguar o território.

De acordo com o Ministério do Interior, cerca de 6,7 mil pessoas foram libertadas das prisões, após um perdão oficial que expirou em 15 de maio, em seguida a terem se apresentado voluntariamente, terem confessado participação em ações violentas e terem se comprometido a não reincidir na delinquência.

Entretanto, os protestos da oposição continuaram durante a última madrugada em várias cidades, inclusive Damasco, Homs, Hama e nas imediações da Universidade de Aleppo, enquanto testemunhas asseguravam ter ouvido disparos em Tall Kalakh, localidade na fronteira com o Líbano.

O governo desmentiu a cifra de mais de 700 mortos pela repressão, como afirmaram fontes oposicionistas, e empregou nesta terça cerca de 15 blindados ao redor de Arida, localidade próxima do posto de Jisr al-Qomar, nos limites com o norte do Líbano, para impedir atos violentos.

Com informações da Prensa Latina