Ceará: Dia Estadual faz mobilização para o controle da hanseníase

A Secretaria da Saúde do Estado realiza até o dia 2 de junho uma série de atividades educativas e de prevenção da hanseníase, para marcar o Dia Estadual da Pessoa Atingida pela Hanseníase, 24 de maio. Durante toda esta semana, até o dia 27 de maio, serão ministradas palestras sobre hanseníase durante o acolhimento na sala de espera do Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária Dona Libânia, na Rua Pedro I, 1.033, Centro, das 7h30 às 11h.

Na terça-feira, 24, acontecerá, também no Centro Dona Libânia, exposição de atividades do Grupo de Apoio aos Portadores de Hanseníase (GAPH). Estão programadas, ainda, palestras, busca ativa de casos suspeitos e fóruns de discussão nos centros de Saúde da Família Anísio Teixeira (Rua Guarani, 355, Paupina), Francisco Melo Jaborandi (Rua 315, 80, São Cristóvão), e Edmar Fujita (Abenida Alberto Craveiro, 480, Dias Macedo).

A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, causada por um bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae). Não é hereditária e sua evolução depende de características do sistema imunológico da pessoa que foi infectada. Apresenta múltiplas manifestações clinicas e se exterioriza, principalmente por lesões dos nervos periféricos e lesões cutâneas. Em um país endêmico como o Brasil, em qualquer pessoa com alteração de sensibilidade na pele deve-se pensar em hanseníase. Situações de pobreza como precárias condições de vida, desnutrição, alto índice de ocupação das moradias e outras infecções simultâneas podem favorecer o desenvolvimento e a propagação da hanseníase.

Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são manchas e áreas da pele com diminuição de sensibilidade térmica (ao calor e frio), tátil (ao tato) e à dor, que podem estar em qualquer parte do corpo, principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas.

A transmissão se dá entre pessoas. Uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar – MB), estando sem tratamento, elimina o bacilo pelas vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim transmiti-lo para outras pessoas suscetíveis. O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas pessoas adoecem porque a maioria tem capacidade de se defender contra o bacilo. O contato direto e prolongado com a pessoa doente em ambiente fechado, com pouca ventilação e ausência de luz solar, aumenta a chance da pessoa se infectar. Assim que a pessoa doente começa o tratamento deixa de transmitir a doença.

O controle da hanseníase é baseado no diagnóstico precoce de casos, seu tratamento e cura, visando eliminar fontes de infecção e evitar seqüelas. A detecção de casos novos de hanseníase em menores de 15 anos foi adotada como principal indicador de monitoramento da endemia, com meta de redução estabelecida em 10%, até 2011. Para se combater a doença, é prioritário que o diagnóstico seja feito o mais precocemente possível, antes da instalação das incapacidades físicas e da eliminação de bacilos, o que possibilita a cura do paciente sem sequelas físicas e interrompe a cadeia epidemiológica da infecção.

O Ceará ficou em quarto lugar no Nordeste em número de casos novos da doença detectados em 2010. A distribuição da endemia no Estado demonstra heterogeneidade, apresentando áreas de baixa endemicidade, média e alta endemicidade, além de áreas hiperendemicas e até silenciosas para a doença. Em 2010 foram noticados casos novos de hanseníase em 156 municípios (84,7%). Do total de 2.069 casos do Estado, foram registrados 1.670 casos novos em 62 municípios que são prioritários para o desenvolvimento das ações de controle da doença. Houve 28 de municípios (5,2%) que não registraram nenhum caso da doença, apesar de estarem próximos a áreas hiperendêmicas ou com alta endemicidade. A data de 24 de maio foi definida por Lei como o Dia Estadual da Pessoas Atingida pela Hanseníase.

Programação

Fonte: Sesa