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Bombardeios aéreos da Otan contra a Líbia já ultrapassam 8 mil

A Otan lançou cerca de 3.200 ataques com bombas de urânio empobrecido contra a população civil na Líbia. A denúncia é do enviado especial da Telesur, Rolando Segura. No total, o número de ataques aéreos lançados pela Aliança Atlântica contra a Líbia ultrapassam já os 8.400. Em quase 40% destes foram usadas munições com urânio empobrecido, revelou o jornalista da cadeia de televisão sul-americana em seu perfil do Twitter.

No Iraque, por exemplo, os agressores imperialistas usaram abundantemente projéteis contendo detritos resultantes do enriquecimento do minério. O urânio empobrecido é muito valorizado pelos militares, já que é quase duas vezes mais denso do que o chumbo e aumenta a capacidade de perfuração.

Além das consequências diretas dos bombardeios imperialistas na Líbia, deve-se levar em consideração que o urânio empobrecido é uma substância radioativa que provoca graves lesões no aparelho renal e digestivo, câncer nos pulmões e ossos, transtornos neuro-degenerativos ou má formação congênita nos seres humanos.

A explosão de uma munição com urânio empobrecido atinge dez mil graus centígrados e liberta poeiras altamente tóxicas e contaminantes capazes de viajar milhares de quilômetros. A dissipação dessas partículas pode durar milhões de anos, por isso os seus efeitos no meio ambiente e nos habitantes das zonas atingidas perpetuam-se por várias gerações.

Entretanto, intensificam-se os ataques a Tripoli e a toda a área urbana da capital. Ainda de acordo com dados recolhidos pelo repórter da Telesur, só no sábado passado a força aérea imperialista realizou 54 bombardeios em cinco cidades. Pelo menos 19 pessoas morreram e mais de 130 ficaram feridas numa série de ataques efetuados nos últimos dias.

O prosseguimento da ofensiva ocorre mesmo no momento em que a União Africana reitera o apelo para o estabelecimento de um cessar-fogo no território. O governo da Líbia acompanha o pedido e insiste junto das Nações Unidas para que se promova o diálogo e se calem as armas. O executivo liderado por Muamar Kadafi continuou a libertação de dezenas de prisioneiros rebeldes num processo mediado por chefes tribais do país norte-africano.

No final da semana passada, Barack Obama e Nicolás Sarkozy, presidentes dos EUA e da Franca, respectivamente, insistiram que partilham "a mesma análise de que Kadafi deve abandonar o poder", e, para isso, a Otan deve "acabar o trabalho" no local.

Fundos soberanos Líbios

"É impossível saber se houve uma intencionalidade econômica na operação contra Kadafi. O que é inegável é que a sua queda daria imenso jeito aos bancos ocidentais. Seria o desfalque perfeito", disse um especialista norte-americano ouvido pela agência Lusa.

A agência de notícias portuguesa pediu a opinião a vários peritos em fluxos e branqueamentos de capitais e investigou o que aconteceria aos fundos soberanos da Líbia caso fosse derrubado o chefe do governo do país.

A conclusão é que a consequência seria o desaparecimento dos montantes pertencentes ao povo, já que "Kadafi deixou de estar em condições práticas e políticas para recuperar os fundos e fazer reverter o processo de investimentos no Ocidente".

Um operador financeiro diretamente ligado aos negócios envolvendo a Autoridade Líbia de Investimento (LIA, na sigla em inglês), afirmou à agência que "em relação aos produtos [financeiros] derivados, de grande complexidade, a situação é que nem sequer a fonte do investimento conhece exatamente o que foi feito do seu capital".

Ainda de acordo com a Lusa, que cita um quadro especialista em sanções respectivas a transações financeiras, "podem andar atrás do dinheiro até à eternidade. Não apenas as autoridades internacionais, mas também, evidentemente, o dono do dinheiro".

"Se o dono do dinheiro desaparecer, o dinheiro fica sem dono, por assim dizer, porque na origem esteve um investimento que politicamente foi feito em segredo. É essa a situação em que está Kadafi", sintetizou a fonte.

Fonte: Jornal Avante!