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Tênis: China vence Roland Garros pela primeira vez e faz história

Nem Kim Clijsters, nem Caroline Wozniacki, nem Maria Sharapova. A tenista com melhor desempenho em Grand Slams neste ano é Na Li. Neste sábado (4), a chinesa de 29 anos, vice-campeã do Aberto da Austrália, coroou duas semanas espetaculares em Paris com outra atuação de gala. Por 6/4 e 7/6(7/0), ela bateu Francesca Schiavone e tomou da italiana o título de Roland Garros.

Sensação no início do ano — quando conquistou na Austrália o título do Premier de Sydney e chegou à final em Melbourne —, Li decepcionou nas quadras duras norte-americanas. Com a queda de seu nível de jogo, a chinesa decidiu demitir seu marido na função de treinador substituí-lo pelo dinamarquês Michael Mortensen.

A mudança ainda não havia mostrado sinais de efeito até Li voltar a brilhar em sua pior superfície, o saibro. O melhor resultado obtido pela tenista em Roland Garros eram as oitavas em 2009. Já em 2011, nas quadras de pó de tijolo, Li alcançou as semifinais em Roma e Madrid, mas não vinha apresentando um tênis convincente — e, talvez pelo seu retrospecto no piso, não chegou como uma das favoritas para vencer em Paris.

Foi contrariando todas as expectativas que a chinesa chegou às semifinais em Roland Garros, derrotando nas quartas de final Petra Kvitova (contra quem jogou e foi atropelada em Madrid) e Victoria Azarenka. Na partida da semifinal, contra a russa Maria Sharapova, campeã do WTA de Roma, Li comandou praticamente o jogo todo. A chinesa usou bem os ângulos da quadra e explorou a deficiência da russa, a movimentação.

A final

Campeã de Roland Garros em 2010 e invicta no torneio havia 13 jogos, Schiavone começou a partida tentando usar bolas com muito efeito anguladas. A intenção era fazer com que Li não estivesse equilibrada, mas não deu certo. A chinesa não abriu mão de sua posição perto da linha de base e nem se incomodou com os ângulos.

Pelo contrário. Li impôs suas pancadas e dominou a maioria das trocas de bola. Com 15 winners e um quebra de saque no quinto game, a vice-campeã do Australian Open fez 6/4 no primeiro set.

Schiavone só conseguiu três winners na primeira parcial e continuou com problemas no segundo set. Logo no primeiro game, cedeu uma quebra para a chinesa. No oitavo game, a chinesa cometeu quatro erros com sua direita e cedeu a quebra para a adversária, que empatou o set por 4/4. Mais quatro games equilibrados, e a decisão ficou para o game de desempate.

A chinesa começou o tie-break vencendo um lindo ponto, dando um lob em Schiavone e matando com um voleio. Li também encaixou bons saques e abriu 3/0. A italiana lutou, mas sua oponente não falhou mais. Li fez 7/0, se jogou no saibro e festejou ao ver Schiavone errar a última bola.

China

O título conquistado neste sábado é o primeiro de um chinês na chave de simples de um Grand Slam. Até hoje, o país tinha três troféus em eventos deste porte, mas todos em duplas: Zi Yan e Jie Zheng no Aberto da Austrália e em Wimbledon, ambos em 2006, e Sun Tian-Tian, que formou parceria com o sérvio Nenad Zimonjic nas duplas mistas do Aberto da Austrália de 2008.

Além do título e do 1,2 milhão de euros (cerca de R$ 2,76 milhões) embolsados, Na Li subirá do sétimo para o quarto lugar no ranking mundial e se tornará a tenista asiática mais bem ranqueada na história. Ela igualará a japonesa Kimiko Date-Krumm, que também foi a número 4 na lista da WTA, em 1995, quando tinha 25 anos.

A final deste ano foi também a mais velha de um torneio feminino de Grand Slam desde 1998, quando Jana Novotna superou Nathalie Tauziat em Wimbledon. Li, com 29 anos, e Francesa Schiavone, prestes a completar 31 anos, somam 60 anos de idade.

Da Redação, com agências