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Tempos difíceis em Portugal; direita vence eleição

Mergulhado em profunda crise econômica e social Portugal foi às urnas neste domingo (5). Com elevado índice de abstenção (45%), o pleito deu a vitória ao Partido Social Democrata (PSD), de direita. O PSD alcançou 38,8% dos votos, elegendo 105 deputados de um total de 230. A expectativa do partido é uma aliança com o também direitista CDS-PP (11,7%, 24 deputados), o que daria maioria absoluta no parlamento aos setores mais reacionários do país.

O grande derrotado foi o Partido Socialista (PS), do ex-primeiro-ministro José Sócrates, que ao se concretizar o fracasso do seu partido, pediu demissão do cargo de secretário-geral. “Não me escondo atrás das circunstâncias. Esta derrota é minha e é chegado o momento de abrir um novo ciclo político no PS”, disse Sócrates.

O ex-primeiro-ministro, cujo governo, submisso aos ditames da União Europeia e da banca internacional mergulhou Portugal na profunda crise em que se encontra, felicitou o líder direitista vitorioso, Passos Coelho: “Desejo sinceramente o que desejaria para mim próprio e para qualquer outro que os portugueses escolhessem neste tempo de dificuldades. Desejo que encontre no fundo de si mesmo a sabedoria, a prudência e o sentido de justiça para liderar este país.”

Sócrates voltou a manifestar a disponibilidade do PS “para o diálogo e o entendimento” para resolver a crise em que Portugal se encontra. “Nunca o país precisou tanto de diálogo e de compromisso e isso não mudou com o resultado das eleições. Reafirmo portanto a disponibilidade do PS para o diálogo e para os compromissos e entendimentos que, em coerência com o seu projeto, sejam necessários para que o país possa atravessar esta crise que atravessamos”, afirmou.

Por seu turno, o secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) Jerónimo de Sousa, salientou que "as centenas de milhares de eleitores que apresentaram confiança" na CDU (Coligação Democrática Unitária, aliança do PCP com o Partido Verde) serão importantes para poder vencer a mentira e dissimulação daqueles que nunca revelaram o seu verdadeiro programa nem intenções politicas".

"O pacto com o FMI e o BCE é uma verdadeira declaração de guerra aos interesses dos trabalhadores e do povo", afirmou Jerónimo, para acrescentar: "Os votos agora obtidos pelo PSD e CDS, mas também pelo PS, não podem ser invocados para legitimar um programa de ingerência externa que mantiveram escondido".

Dizendo que "são tempos difícieis os que esperam os trabalhadores e o país", Jerónimo disse que "o resultado da CDU (7,9%, elegendo 16 deputados) dá alento, confiança e determinação” para lutar contra as medidas da direita.

Enquanto isso, o líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã admitiu a derrota de sua agremiação que obteve 5,2 por cento dos votos, recuando 4,64 pontos percentuais em relação ao anterior pleito e elegendo 8 deputados. "Este recuo é uma derrota. Mas aprende-se sempre mais com as derrotas. Vamos continuar a lutar para proteger os salários e as pensões. Não estamos vencidos", salientou.

Da redação, com agências