Onibus escolar com índios sofre atentado no Mato Grosso do Sul
Na madrugada de sábado (4), um ônibus que transportava 30 alunos indígenas da etnia terena foi atacado com pedras e uma bomba caseira – um coquetel molotov. Seis pessoas, incluindo o motorista, sofreram queimaduras.
Publicado 06/06/2011 16:38
Cinco delas estão internadas na Santa Casa de Campo Grande (MS) e, destas, quatro estão em estado grave. O caso aconteceu no município de Miranda, a 200 quilômetros de Campo Grande.
Os passageiros vivem em várias aldeias espalhadas pela região. O ônibus fazia o trajeto todos os dias e, no momento em que foi atacado, voltava da aula, em direção às aldeias. A bomba atingiu a frente do ônibus. O que está em pior estado é o motorista, Laércio Corrêa, de 27 anos, que sofreu queimaduras na maior parte do corpo, incluindo a cabeça.
A motivação do ataque ainda é desconhecida. O cacique Adilson Terena afirmou que não acredita que o ataque tenha sido praticado por índios, pelo fato de o ônibus transportar estudantes das duas aldeias supostamente rivais – Babaçu e Argola.
Adilson disse que foi encontrado um chapéu na mata próxima de onde o ônibus foi atacado, e que ele não pertence a nenhum índio. O dono do chapéu teria sido visto correndo para o matagal logo depois do ataque ao ônibus.
De acordo com o cacique, a possibilidade mais plausível é de que o ataque tenha sido feito a mando de fazendeiros – que disputam terras com os índios.
Em março deste ano, os Terena ocuparam duas fazendas em Miranda, uma delas a fazenda Petrópolis, do ex-governador de Mato Grosso do Sul, Pedro Pedrossian. A Justiça mandou a polícia tirar os índios de lá. Estima-se que seis mil índios Terena vivam em Miranda.
O delegado Tiago Macedo, que investiga o caso, adiantou ainda que não existem elementos suficientes para determinar o que motivou o atentado, se uma disputa entre indígenas ou terrorismo por parte de fazendeiros da região. O delegado começou a ouvir testemunhas na manhã desta segunda-feira (6).
Com agências