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Câmara decide não levar adiante representação contra Netinho

A sessão plenária da Câmara Municipal de São Paulo desta terça-feira (7), foi marcada pela votação sobre a admissibilidade dos processos dos vereadores Antonio Goulart (PMDB), Ushitaro Kamia (DEM) e Netinho de Paula (PCdoB) na Corregedoria da Câmara. Os três casos foram arquivados, o que significa que estes processos não seguirão adiante na Casa.

Netinho de Paula teve 27 votos contrários à continuidade do processo, contra 18 a favor e cinco abstenções, de um total de 50 vereadores presentes. “Faz cinco meses que tenho sido humilhado, fico tendo que explicar o tempo todo que não cometi nenhuma irregularidade e a decisão de hoje reforça o que tenho argumentado”, disse Netinho.

O vereador tem sido cobrado pela imprensa e por parte de seus pares devido a supostas irregularidades com notas fiscais entregues à Câmara para justificar gastos de seu gabinete. “Não deve haver revanchismo na Casa”, disse Netinho, referindo-se à retaliação de grupos de vereadores insatisfeitos com sua posição favorável a José Police Neto na escolha da mesa diretora no final do ano passado.

“A imprensa só pegava informações que não eram verdadeiras vindas daqui de dentro”, denunciou. “Gente da Folha de S. Paulo, de O Estado de S. Paulo, tinha acesso a documentos internos. Alguns políticos aqui têm práticas sujas”, argumentou. Para ele, “a corregedoria não deve servir ao interesse de poucos”, mas para “apurar o que for preciso. No entanto, há vereadores que se aproveitam da prerrogativa de ser da Corregedoria para passar informações indevidamente à imprensa”.

Para o vereador Jamil Murad, o resultado mostra que “havia muitos vereadores que gostariam de ter votado a favor do Netinho, mas não o fizeram por pressões espúrias”. Segundo ele, “a representação contra Netinho foi feita logo após a eleição da mesa, ou seja, no calor daquela disputa. E tudo que Netinho fazia a fim de esclarecer o que havia ocorrido não era levado em conta pela Corregedoria”, disse o parlamentar. Conforme argumentou, “foi positivo que a questão tenha vindo para o plenário, onde os vereadores, de maneira soberana, puderam decidir sobre o caso. Como Netinho é candidato a prefeito, tentaram ‘queima-lo’, mas não conseguiram”.

Dentre os vereadores, dois fizeram defesas enfáticas de Netinho. Um deles foi o próprio relator do caso na Corregedoria, Antonio Carlos Rodrigues (PR), que disse conhecer Netinho há anos e ter confiança em sua inocência. Também argumentou que o ocorrido foi resultado de equívoco por parte de sua assessoria, o que poderia acontecer com qualquer vereador. Carlos Apolinário (DEM) foi no mesmo sentido e disse que se tivesse ouvido antes o testemunho de Rodrigues, não teria se abstido, mas votado pela inocência de Netinho.

Também foram arquivados os processos contra Antonio Goulart (PMDB), com 24 votos pela não continuidade do processo, 22 a favor e cinco abstenções, num total de 51 vereadores presentes, e Ushitaro Kamia (DEM), com 29 votos em seu favor, 18 contra e cinco abstenções de um total de 52 votantes.

De São Paulo,
Priscila Lobregatte