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Chanceleres discutem saída boliviana para o mar

Os chanceleres de Chile e Bolívia discutiram, mais uma vez, a demanda boliviana de saída para o mar. O debate aconteceu na terça-feira (7), durante a 41ª Assembleia da Organização dos Estados Americanos (OEA), realizada em San Salvador, El Salvador. Apesar do diálogo que promovem desde 2006, o tema permanece sem solução.

David Choquehuanca, chanceler da Bolívia, e Alfredo Moreno, representante do Chile, conversaram ontem sobre a reivindicação marítima da Bolívia. O país pede ao governo chileno a devolução da saída para o mar. A luta da nação boliviana por uma saída para o Pacífico ocorre desde 1879, quando o país perdeu 400 quilômetros da costa para o Chile durante um conflito no início da Guerra do Pacífico.

Durante a Assembleia da OEA, Choquehuanca convidou o chanceler chileno a realizar "uma negociação pronta e definitiva ao enclaustramento marítimo boliviano”. O representante boliviano comentou que seu país "não fechará as portas ao diálogo” e que tentará novamente realizar uma "negociação de forma bilateral”.

"Demando fraternalmente ao senhor chanceler da república do Chile o estabelecimento imediato, no dia de hoje, de um processo de negociação bilateral, formal, com uma proposta escrita, tendo como testemunhas os países da OEA”, solicitou.

Moreno, por sua vez, destacou que o território chileno está consolidado "há mais de 100 anos” e que não tem condições de conceder uma saída para o mar para o povo boliviano. "Chile apontou muito claramente que não está em condições de outorgar à Bolívia um acesso soberano ao Oceano Pacífico, menos ainda sem compensações, não existe nenhum exemplo de outros países do mundo que tenham feito algo semelhante”, comentou.

Da mesma forma, de acordo com informações de La Razón, Moreno apontou que o governo chileno está aberto ao diálogo, entretanto, solicitou que Bolívia não recorra aos tribunais internacionais e respeite o tratado assinado em 1904. Em sua fala, Choquehuanca afirmou que o tratado foi imposto e solicitou o direito de recorrer aos tribunais por conta da falta de propostas.

Os dois países já tentaram solucionar o impasse outras vezes. O processo de diálogo mais recente começou em 2006, quando Evo Morales, mandatário da Bolívia, iniciou uma negociação com a então presidenta do Chile, Michelle Bachelet. Os dois governantes acordaram realizar uma Agenda de 13 pontos na qual destaca, entre outros aspectos, a reivindicação marítima boliviana. Notícias revelam que, no ano passado, suspenderam as comissões técnicas e iniciaram uma missão de alto nível, a qual ainda não obteve resultados.

Fonte: Adital, com informações de El Universal e La Razón