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Paulinho da Força: crescimento e lucratividade justificam greves

Parte da imprensa brasileira tem repercutido com fidelidade as posições empresariais a respeito das lutas dos trabalhadores por ganhos reais de salário e de produtividade. Em geral, a abordagem é enfadonha: salários mais altos ameaçam o emprego, vão provocar aceleração da inflação e aumentar o desemprego.

Por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força*

O objetivo é amedrontar os trabalhadores e assim reduzir o ímpeto das lutas por mais benefícios e melhores condições de trabalho. O discurso destes setores, que não têm nada a ver com os interesses dos trabalhadores, é antigo, porém, muitas vezes, ainda funciona. E volta e meia ouvimos líderes sindicais e até pessoas bem intencionadas com este mesmo discurso.

É preciso ficar claro para todo mundo e para os empresários e seus assessores, em particular, que vamos intensificar a nossa luta com a finalidade de melhorar as condições de vida do povo brasileiro. Faremos greve onde for preciso, atrasaremos a entrada dos turnos e manifestações e atos de protesto serão deflagradas em busca de nossas bandeiras.

O movimento sindical está maduro e não reivindica nada fora da realidade. Primeiro, é preciso destacar que o crescimento acelerado da economia tem motivado as lutas por rendimento e saúde e segurança nas empresas. Em segundo, as reivindicações de aumento real de salário e PLR têm levado em conta os índices de produtividade de empresas e setores econômicos.

Por último, em todos os acordos os resultados obtidos pelos sindicatos, seja no item relativo ao ganho real, seja no pleito sobre a PLR, os ganhos têm ficado abaixo da lucratividade e produtividade contabilizadas pelas empresas. Portanto, não adianta tentar nos amedrontar; a luta será intensificada.

* Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, é deputado federal (PDT-SP) e presidente da Força Sindical