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Otan prossegue bombardeios na Líbia; oposição sofre novas baixas

Aviões de combate da Otan continuaram nesta terça-feira (14) os bombardeios contra posições do Exército líbio para apoiar a ofensiva dos grupos armados internos, atualmente neutralizada pelas forças governamentais nas duas principais frentes militares do país.

A televisão estatal da Líbia informou sobre a ocorrência de novas incursões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em torno da localidade de Az Zawiyah, onde os grupos armados anti-Kadafi tentam há vários dias atingir as tropas leais ao líder líbio.

Igualmente, o canal Jamahiriya apontou que a aviação da aliança atlântica destruiu vários objetivos no centro do povoado da Jufrah, embora tenha omitido detalhes sobre a magnitude do ataque e de eventuais cifras de vítimas.

Outros informes de meios regionais com correspondentes próximos à frente de batalha referiram que os choques armados recrudesceram na cidade ocidental de Misrata, a terceira maior da Líbia, onde a contraofensiva de Kadafi atingiu parte de uma importante refinaria de petróleo.

Os grupos armados anti-Kadafi reivindicam grandes avanços em sua marcha à localidade costeira de Zlitan a partir do porto de Misratah, que controlam, e de onde seguiriam para Trípoli, bem como na zona montanhosa próxima ao sudoeste da capital, em particular Yafran e Dafniyah.

Dados sem confirmação independente estimaram em sete mortos e 49 feridos as baixas dos rebeldes por um assalto com foguetes executado no domingo pelas tropas de Kadafi contra Zintan, ao sudoeste da capital, e que também segue dominada pelos grupos armados da oposição.

Os combates ocorrem em momentos em que as forças leais a Trípoli tentam frear o avanço desses grupos em Az Zawiyah, a poucos quilômetros a oeste da capital, e também na frente oriental, basicamente as cidades estratégicas de Brega e Ajdabiyah.

Segundo informes dos oposicionistas, ao menos 25 de seus homens morreram e várias dezenas ficaram feridos na segunda-feira por ataques das tropas regulares ao enclave petroleiro de Brega.

A ação significou um novo revés militar para os sublevados que levam meses tentando tomar Brega para abrir caminho para Sirte, a cidade natal de Kadafi e rota inevitável para Trípoli.

Helicópteros de combate franceses e britânicos têm apoiado os insurgentes agredindo posições das forças governamentais dentro e ao redor de Brega desde o passado 3 de junho, mas sem conseguir que recuem ou se rendam os quase cinco mil homem que a defendem.

Por outro lado, a agressão militar da Otan viu-se alentada pela visita a Bengazi, convertida na capital da insurgência, do ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, que assegurou que a Alemanha não é neutra.

Westerwelle entrevistou-se nesta segunda-feira com líderes do opositor Conselho Nacional de Transição (CNT) e prometeu apoio em uma hipotética Líbia sem Kadafi, tratando de dissipar as críticas a seu país por não se envolver diretamente nas ações militares da Otan.

A Alemanha uniu-se ao reduzido grupo de países que reconheceram o CNT como representante legítimo do povo líbio, após França, Itália, Grã-Bretanha, Espanha, Emirados Árabes e Jordânia.

Fonte: Prensa Latina