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Risco Brasil já é menor que o risco dos Estados Unidos

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou nesta quarta-feira, 15, que pela primeira vez na história o risco Brasil é menor que o risco dos EUA. Em sua opinião, a notícia mostra "a solidez da economia brasileira".

O ministro explicou que o risco Brasil, medido pelo swap de default de crédito (CDS, na sigla em inglês), é uma classificação que se faz de títulos soberanos no mercado externo. "Quem tem medo nessa área em não cumprimento de pagamentos, faz um seguro".

Segundo Mantega, a presidente Dilma Rousseff ficou "muito satisfeita" com o fato de o Brasil ter um risco menor do que o dos EUA. "Isso mostra que estamos no caminho certo, que a política econômica está correta, o Brasil está se solidificando e temos respeito do restante do mundo", disse.

Queda do risco

No prazo de cinco anos, o custo de proteção da dívida do Brasil ainda é muito mais caro. O CDS estava ontem em 108 bps, ante 38 bps no caso do custo de proteção para a dívida de mesmo prazo dos EUA. "Há sim preocupações com a situação fiscal norte-americana", comentou Barros, salientando, contudo, que isso se deve a uma ansiedade do mercado em relação ao debate em torno do teto do endividamento dos EUA.

O presidente dos EUA, Barack Obama, e membros republicanos do Congresso norte-americano estão envolvidos numa disputa acalorada sobre o limite da dívida pública, com o Partido Republicano exigindo cortes profundos em troca de qualquer acordo para elevar o limite de gastos. O governo dos EUA está se aproximadamente perigosamente da data de 2 de agosto, quando deverá aumentar o limite da dívida para poder tomar emprestado o dinheiro que necessita para pagar suas contas. "Obviamente, isso vai ser resolvido até lá", ponderou o economista do Bradesco. 

Campeão mundial

No caso dos EUA, embora a pressão imediata dos republicanos em relação à nova elevação do teto da dívida pública seja a principal causa das desconfianças dos investidores e agências de classificação de risco, o problema não fica nisto. Tio Sam acumulou a maior dívida de todo o mundo e há muito deixou de ser credor (líquido) para ser campeão mundial do endividamento, o que é um claro sintoma de decadência.

O excesso de dívidas está associado ao consumismo, que induz a sociedade estadunidense a viver além dos próprios meios que produz. O papel especial do dólar no comércio internacional também estimula a gastança e o parasitismo, ampliando o déficit comercial em detrimento da produção interna e o setor terciário, especialmente o comércio, em detrimento da indústria.

Risco de moratória

O estoque de dívida pública já ultrapassa US$ 14 bilhões, equivalendo ao valor do PIB e ameaçando extrapolar os últimos limites definidos pelo Congresso. Se o legislativo não ampliar o teto, hipótese pouco provável, o governo será forçado a interromper pagamentos ou entrar em moratória.

A dívida do império não é só do governo federal nem está restrita ao setor público. Administrações estaduais e municipais enfrentam sérios problemas financeiros decorrentes de empréstimos feitos para cobrir o hiato entre receitas e despesas. Indivíduos e empresas também estão atolados em débitos. Economistas estimam em mais de US$ 50 bilhões o total da dívida da maior economia capitalista do mundo. Ali talvez faça falta uma instituição tipo FMI para colocar a casa em ordem.

Da Redação, com agências