FHC elogia Dilma e parece aguardar um afago do ex-presidente Lula
Após receber cumprimentos da presidente Dilma Rousseff (PT) por seus 80 anos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) lamentou nunca ter recebido telefonema do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu aniversário. Mas negou estar magoado e não perdeu a oportunidade de criticar o adversário. “Ele deve ter algum problema psicológico, tem dificuldade em fazer gestos comigo”, afirmou FHC em entrevista publicada pelo jornal Correio Braziliense nesta sexta-feira (17).
Publicado 17/06/2011 20:27
FHC elogiou Dilma, que, disse, o tem “surpreendido”. Citou as decisões da presidente de privatizar aeroportos e de convidá-lo para almoço com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, como acertadas.“Todo mundo diz que a Dilma é uma pessoa agressiva. Comigo não foi de forma alguma”, disse o tucano ao jornal.
“Meio parecidos”
Para o ex-presidente, a beligerância entre seu partido, o PSDB, e os adversários do PT “cansou”. Segundo ele as siglas têm projetos “meio parecidos” e a separação entre elas pouco ou nada tem de ideológica: “é essencialmente a disputa pelo poder”.
“Não quero com isso tirar o mérito do governo Lula, do que fez de expansão dos programas sociais”, afirmou FHC. “Agora, os programas sociais todos começaram no meu governo. Do Luz no Campo, distribuição de livros, as bolsas”, disse.
O homem da herança maldita
Nos círculos progressistas, o ex-presidente é conhecido como o político da herança maldita. Ainda é cedo para esquecer que ele deixou o Brasil quebrado, à beira da moratória e nas mãos do FMI; promoveu um processo de privatização pirata, entregando empresas estratégicas ao capital estrangeiro e praticamente doando a Companhia Vale do Rio Doce, vendida por apenas R$ 3 bilhões (em 2010, a empresa teve um lucro 10 vezes maior do que o preço pelo qual foi vendida).
Na era FHC a taxa de desemprego triplicou, chegando a 20% da População Economicamente Ativa nas regiões metropolitanas, sindicatos (especialmente dos petroleiros) e movimentos sociais foram perseguidos e direitos sociais foram atropelados e flexibilizados.
Inimigo da classe trabalhadora
O ex-presidente tucano também encaminhou ao Congresso Nacional um projeto de lei que abria caminho à supressão de direitos como férias, 13º, licença-maternidade, entre muitos outros. A proposta chegou a ser aprovada pela Câmara Federal e aguardava votação no Senado quando Lula, depois de eleito e empossado, mandou arquivá-la, concretizando compromisso assumido com o movimento sindical que, não por acaso, marchou unificado contra o candidato de FHC, José Serra.
A classe trabalhadora não tem boas lembranças do sociólogo neoliberal que deixou o Brasil descalço diante dos EUA, bajulou as oligarquias e pediu para que esquecessem as bobagens que escreveu com nuances esquerdistas no passado. Não podia ser diferente. Trata-se de um político alinhado com os interesses dos grandes capitalistas e das potências imperialistas.
Da Redação, com agências