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Para Barclays, cenário econômico da AL ainda é favorável

A despeito de algumas sombras que ainda pairam pelo ar, o cenário macroeconômico continua positivo na América Latina, na opinião do banco multinacional Barclays. A fraca recuperação nos EUA, os riscos de default grego e as preocupações com a economia chinesa são elementos que pressionam os mercados por aqui, porém as expectativas de crescimento e os menores riscos inflacionários jogam a favor da América Latina.

Marcelo Salomon, analista do banco, está mais otimista com o crescimento da região. A expectativa agora é que a América Latina cresça a 4,4% ao ano em 2011 e também em 2012. A revisão para cima foi puxada pelas economias da Venezuela e da Colômbia.

No lado colombiano, Salomon destaca a demanda doméstica "vibrante", estimulada por um forte fluxo de capital. Já em relação à Venezuela, a projeção de crescimento mais elevado está pautada nos benefícios decorrentes do preço do petróleo e política fiscal expansionista. Por outro lado, no Peru o clima ainda é de cautela, principalmente após a vitória do candidato de esquerda Ollanta Humalla, que deve pesar sobre os investimentos fixos e, consequentemente, para o crescimento.

Inflação

Embora ainda seja um problema sério a ser combatido, a inflação já preocupa menos do que no início do ano. O analista ressalta uma contração dos núcleos acima do esperado, ajudando na descompressão dos preços.

O quadro inflacionário está mais tranquilo e os Bancos Centrais têm adotado uma postura menos austera, optando por um ciclo de alta nas taxas de juros mais moderado. O exemplo emblemático é o Brasil, com um ciclo de aperto monetário que vem desde janeiro, mas que já dá sinais de estar próximo do fim. O banco espera que a Selic feche 2011 em 12,75% ao ano.

"A combinação de desaceleração gradual e alívio das preocupações com a inflação coloca a região em um posição mais favorável para enfrentar volatilidade", explica o analista.

As previsões dos economistas ligados ao sistema financeiro nem sempre são confiáveis, pois a ampla maioria foi surpreendida pela crise global iniciada nos Estados Unidos. Todavia, o maior otimismo em relação à América Latina reflete uma realidade econômica nova na região, que já não é mais tão dependente dos EUA e da Europa e, ao contrário do que acontecia no passado, não foi muito afetada pela crise, exibe hoje uma saúde econômica maior do que as grandes potências capitalistas e aprofunda a parceria com a China. Isto não significa que esteja infensa a crises, mas explica o otimismo das multinacionais.

Fonte: InfoMoney