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Dilma visita Paraguai para participar de reuniões do Mercosul

A presidente Dilma Rousseff deve ser a primeira chefe de Estado a chegar na segunda-feira a Luque, no Paraguai, para a Cúpula de Presidentes do Mercosul e de Países Associados. As relações multilaterais no Mercosul envolvem cerca de US$ 45 bilhões.

Dilma aproveitará a visita para se reunir com o presidente paraguaio, Fernando Lugo. É o primeiro encontro dela com Lugo desde a posse da presidente em 1º de janeiro e a decisão do Brasil de aumentar os valores pagos pelo uso da energia da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

A agenda reprogramada da presidente prevê a antecipação da viagem a Assunção, capital do Paraguai, para as 20h desta terça, duas horas antes do inicialmente programado.

Na conversa com Lugo, Dilma deve assinar seis acordos bilaterais nas áreas de laticínios, TV digital e fortalecimento de instituições. Mas algumas parcerias ainda estão em fase de negociação e podem ficar para uma segunda etapa de reuniões. O ponto alto da reunião dos dois presidentes envolve as mudanças no pagamento de repasses do Brasil para o Paraguai sobre Itaipu.

Em 11 de maio, o Senado brasileiro aprovou a alteração no Tratado de Itaipu aumentando o valor pago pelo Brasil ao Paraguai pela cessão de energia da usina hidrelétrica. A decisão elevou de US$ 120 milhões para US$ 360 milhões anuais a quantia paga pelos brasileiros aos paraguaios. A iniciativa do Brasil gerou comemorações no Paraguai, que reivindicava a mudança há anos.

Pelo tratado, a energia produzida pela hidrelétrica será dividida em partes iguais entre o Brasil e o Paraguai. O texto assegura a cada um dos dois países adquirir, até 2023, a energia não utilizada pelo outro. Como o Paraguai consome apenas 5% da energia gerada, vende o restante de sua parte ao Brasil.

Em Luque, no Paraguai, a reunião envolverá não só os presidentes dos países que integram o bloco – Dilma, Lugo, a argentina Cristina Kirchner e o uruguaio José Pepe Mujica – como também o do Equador, Rafael Correa, e o vice-presidente da Colômbia, Angelino Garzón, que integram o grupo dos países associados ao bloco.

Também participarão dos debates os ministros da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, e das Relações Exteriores, Antonio Patriota, além dos argentinos da Economia, Amado Boudou, e da Indústria, Debora Giorgi. Do Uruguai, confirmaram presenças os ministros da Economia e Finanças, Fernando Lorenzo, e da Indústria e Energia, Roberto Kreimerman.

Mercosul quer Bolívia e Equador como membros plenos

Países já são Estados associados ao bloco, por isso podem participar das reuniões, mas não têm direito a voto.

"O alto representante do Mercosul, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, vai começar com reuniões exploratórias com a Bolívia, depois com o Equador", detalhou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, em entrevista nesta terça (28) à imprensa de Assunção, local onde está sendo realizada a 41ª Cúpula do Mercosul.

Os chanceleres do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai já se reuniram durante café da manhã com representantes dos governos boliviano e equatoriano e esses manifestaram interesse em ser membros plenos do Mercosul.

Patriota falou ainda sobre "o bom momento do Mercosul, com crescimento econômico de 8% em média em 2010, que foi o crescimento mais elevado de qualquer união aduaneira, ou associação de livre comércio".

Destacou que, em 2010, o comércio intrabloco foi de US$ 45 bilhões e as perspectivas para 2011 "também não são ruins, algo em torno de US$ 50 bilhões".

Da Redação com agências

Atualizado às 19h40 com acréscimo de informações