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Evento em Honduras denuncia bases militares como fator de guerra

Realizou-se na última segunda-feira (27), em La Esperanza, Honduras, o Encontro Internacional Contra a Militarização, uma iniciativa da campanha “América Latina uma Região de Paz – Fora Bases Militares Estrangeiras”, apoiada por mais de uma centena de organizações do movimento social latino-americanao e caribenho. No Brasil, a campanha também mobiliza as entidades da Coordenação dos Movimentos Sociais.

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O evento contou com a presença da presidente do Conselho Mundial da Paz (CMP) e do Cebrapaz, Socorro Gomes. A dirigente brasileira também participou no domingo, ao lado do presidente legítimo de Honduras, Manuel Zelaya, da assembleia nacional da Frente Nacional da Resistência Popular (FNRP). No encontro, os delegados decidiram fortalecer a FNRP como organização ampla da unidade democrática e popular e aprovaram uma moção pela realização de um plebiscito sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte para refundar as instituições democráticas do país.

Em declarações por telefone ao Vermelho, Socorro destacou que o encontro da campanha contra as bases militares foi um “grande êxito, no marco da Jornada de Solidariedade com Honduras, promovido pelo Comitê de Familiares de Presos Desaparecidos, na qual transmitimos o apoio do movimento pela paz e do povo brasileiro ao povo hondurenho na sua luta para redemocratizar o país. Reafirmamos uma vez mais nosso compromisso com a luta do povo hondurenho”.

Em seu pronunciamento no encontro de La Esperanza, a dirigente do CMP e Cebrapaz disse entre outras coisas que “depois do golpe militar deflagrado há dois anos, Honduras foi transformada em um laboratório de repressão e criminalização dos movimentos sociais e políticos, assim como da ampliação de bases militares estrangeiras”.

Ao avaliar a natureza dos acontecimentos políticos no país centro-americano, Socorro considerou que o golpe militar contra o presidente Manuel Zelaya “foi a demonstração clara de que, apesar da mudança nas aparências, nada mudou na essência da política dos Estados Unidos para a América Latina, que continua sendo a velha política de ingerência, que utiliza a força para impor seus objetivos e viola a soberania dos povos em benefício de seus interesses de se manter como força hegemônica no mundo”.

A dirigente brasileira denunciou também a política global do imperialismo estadunidense: “A guerra e a militarização são a reserva estratégica dos EUA em sua luta para saquear os recursos naturais dos povos do mundo e controlar territórios estratégicos”.

O encontro de La Esperanza reafirmou a denúncia contra as bases militares dos Estados Unidos, espalhadas ao redor do mundo, que somam quase mil, sempre localizadas em pontos estratégicos, em locais de alta concentração de recursos naturais, de importantes rotas e fluxos comerciais.

Da Redação, com informações do Cebrapaz