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Líbano: sentença sobre morte de ex-premiê tensiona cena política

Enquanto o novo governo prepara sua plataforma política, a tensão volta a aumentar nesta terça (28) entre os principais blocos parlamentares do Líbano em função do anúncio de uma "iminente sentença" do Tribunal Especial do Líbano(TEL), corte criminal internacional criada pela ONU para julgar os atos criminosos relacionados ao assassinato do ex-primeiro ministro Rafik Hariri.

Inúmeros veículos da imprensa árabe citaram fontes segundo as quais os autos de acusação da corte promovida pela ONU "seriam emitidos dentro de dois dias".

Os mesmos jornais acrescentaram que cinco membros do movimento de resistência Hesbolá (Partidos de Deus), que lidera o bloco 8 de Março, estariam entre os acusados pelo ataque de 14 de fevereiro de 2005, no qual morreram também outras 22 pessoas, além de Rafik Hariri.

Um porta-voz do TEL evitou comentar informações nesse sentido. O deputado do Movimento Futuro (MF) Jamal Jarrah assinalou que "Hesbolá não dá valor ao fato de incluir o Tribunal Especial para o Líbano em seu iminente programa de política ministerial".

Jarrah reiterou as acusações já apresentadas por potências ocidentais contra Síria e Hesbolá por seu suposto envolvimento no assassinato de Hariri, e previu o colapso do novo gabinete devido a sua "associação de duas diferentes agendas políticas".

A liderança do Hesbolá acusou repetidamente o TEL de ser instrumento dos Estados Unidos e Israel com o objetivo de desacreditar a resistência contra a ocupação.

Por outro lado, o chefe do bloco parlamentar leal ao Hesbolá, Mohammed Raad, esclareceu que o programa ministerial (de Governo) se constituirá com base nos desejos da nova maioria". Também lamentou a surpresa da oposição ante o reconhecimento estrangeiro ao poder executivo.

"Desejamos julgar fatos, não palavras, e isso, por si só, é um reconhecimento das potências mundiais de que o Governo existe", replicou o deputado, aludindo à mudança de enfoque dos Estados Unidos.

Do mesmo modo, seu colega de bancada, Hani Qobassi, deplorou que "pessoas no Líbano se irritem em função da força militar que possui a resistência", e recordou que isso "tem preservado" o país da ameaça israelense.

Porta-vozes do Hesbolá consideraram injustificada a ausência do ex-chefe de gabinete Saad Hariri, que se encontra fora do país por supostas razões de segurança.

Fonte: Prensa Latina