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Dólar cai 2,87% na semana e fecha no menor valor desde 1999

O câmbio flutuante e o cenário internacional continuam empurrando o dólar ladeira abaixo e provocando, em contrapartida, a valorização do real. Em uma semana, o preço da moeda americana caiu 2,87%, e agora abre o mês de julho na menor cotação desde o começo de 1999.

Todo esse movimento de baixa teve suporte no fim das preocupações com um default da Grécia e também captou a pressão dos vendidos, que ganham com a queda do dólar, para a formação da Ptax, taxa que liquida os contratos futuros.

Nesta sexta-feira, o dólar chegou a ensaiar alta, mas ainda pela manhã mudou de rumo e fecha o dia com baixa de 0,25%, a R$ 1,558. Esse é o menor preço desde 19 de janeiro de 1999, quando a moeda também fechou a R$ 1,558.

Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar pronto caiu 0,16%, para R$ 1,5575. O giro subiu de US$ 28,25 milhões para US$ 178,75 milhões.

No mercado futuro, o dólar para agosto registrava desvalorização de 0,34%, a R$ 1,567, antes do ajuste final.

Segundo o diretor da Corretora Futura, André Ferreira, parte da baixa de hoje está inserida em um movimento global de valorização de moeda emergentes.

O peso mexicano, a lira turca, o dólar australiano e o dólar canadense também ganharam terreno sobre a divisa americana.

Na visão dos especialista, com o default da Grécia saindo do radar, ao menos no médio prazo o dinheiro volta a circular mais livremente ao redor do mundo em busca de oportunidades. E os emergentes ainda são uma boa pedida.

Ainda de acordo com o especialista, se os Estados Unidos engrenarem uma segunda etapa de recuperação no decorrer do semestre, o dólar também pode reagir, ainda mais agora que o Federal Reserve (Fed), banco central americano, encerrou o programa de compra de US$ 600 bilhões em títulos do Tesouro. Ou seja, a oferta de dólares no mundo irá crescer de forma mais lenta.

Para Ferreira, com o dólar nos preços atuais, os investidores poderiam começar a pensar em colocar moeda americana na carteira. Claro que o dólar tem espaço para recuar um pouco mais em função de eventos pontuais, mas a linha de R$ 1,60 ainda parece “justa”, segundo o diretor.

O mercado local passou a conviver, hoje, com uma nova fórmula de cálculo para a Ptax, taxa que serve de referência para liquidar uma série de contratos cambiais. A média ponderada pelo volume foi substituída por uma média aritmética de quatro consultas feitas entre 10 horas e 13 horas.

A divulgação da taxa acontecerá pouco depois da última consulta, ao contrário do modelo anterior, no qual a Ptax só era conhecida no fim do dia. Hoje, a Ptax fechou a R$ 1,5599 na venda, queda de 0,08% sobre a taxa de ontem, que fechou a R$ 1,5611.

Além de dar maior transparência à formação da taxa, o Banco Central (BC) pretende diminuir a influência do mercado futuro na formação de preços à vista.

No câmbio externo, o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, perdia 0,14%, a 73,32 pontos, enquanto o euro subia 0,14%, a US$ 1,452. Na semana, a moeda comum ganhou cerca de 2,4%.

Fonte: Eduardo Campos, do Valor