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Paulinho: os riscos da fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour

Os trabalhadores estão preocupados com a fusão anunciada das empresas do setor varejista Pão de Açúcar e Carrefour. Externamos nossa preocupação, principalmente, pela preservação dos empregados, visto que em alguns locais haverá sobreposição de lojas, resultando, provavelmente, em fechamento de algumas.

Por Paulo Pereira da Silva*, em seu blog

Há exemplos de outras fusões que os únicos que perderam foram os trabalhadores. Isso não pode mais acontecer. É importante que as partes envolvidas abram negociação com as entidades representativas dos trabalhadores para evitar desemprego nesse importante setor econômico. Queremos transparência e lisura na discussão, visto que parte dos investimentos da fusão virá do BNDES, ou seja, por intermédio de verbas públicas.

O governo precisa ter certeza que as empresas envolvidas nessa negociação têm sensibilidade social. Tanto o Pão de Açúcar como o Carrefour não dão cesta básica para os seus funcionários, que demonstra justamente a falta dessa sensibilidade. Esse aspecto precisa ser levado em consideração pelo governo para decidir sobre aporte milionário (R$ 4 bilhões) em um negócio privado.

Além disso, a fusão pode ser o início de uma concentração predatória. A união das empresas criará uma gigante que dominará praticamente um terço do varejo supermercadista brasileiro, o que poderá gerar monopólio no setor varejista, prejudicando tanto os consumidores como os fornecedores. Isso, sem sombras de dúvidas, é um claro indício de que haverá concentração, gerando potencial anticompetitivo.

Entendemos que esta concentração não pode ditar regras no mercado, como monopólio de preços. Por isto, vamos alertar o Cade para que regras claras para este setor varejista, que pode viver uma nova fase a partir desta união, sejam estabelecidas.

Preocupados, os trabalhadores brasileiros anseiam que a fusão aconteça de forma transparente, para que um eventual ônus não seja pago por toda a sociedade.

* Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, é presidente da Força Sindical e deputado federal (PDT-SP)