Monumento às vítimas da ditadura deverá ser reformado. Reivindicação dos anistiados goianos é encaminhada ao prefeito de Goiânia, Paulo Garcia.

O vereador de Goiânia, Fábio Tokarski (PCdoB) solicitou ao prefeito Paulo Garcia (PT), dia 20 de junho, autorização para a obra de reforma do Monumento aos Mortos e Desaparecidos na Luta Contra a Ditadura Militar, localizado na Av. Assis Chateaubriand, no Setor Oeste, em Goiânia.

Trata-se de uma antiga reivindicação da Associação dos Anistiados Políticos de Goiás (Anigo), que visa resgatar o valor simbólico do item paisagístico. “Acreditamos que o monumento não tem o destaque merecido, está muito baixo, num local onde não há fluxo de pedestres”, reclamou Élio Cabral, presidente da entidade. 

A escultura em formato de esfera foi inaugurada, em frente ao Bosque dos Buritis, no dia 27 de agosto de 2004, ainda na administração do prefeito Pedro Wilson. A obra, que homenageia goianos mortos e desaparecidos políticos dos anos de 1968 e 1969, a exemplo de Honestino Guimarães, Paulo de Tarso e Marco Antônio Dias Batista, dentre outros, foi escolhida através de Concurso Público, como lembra Ivanor Mendonça, que à época foi um dos responsáveis pela instalação. Cada gomo da esfera representa uma vítima do regime militar, e havia um dispositivo do qual escorria água, representando as lágrimas derramadas pelos familiares. 
Para Tokarski, a revitalização do item é de grande importância. “Muitos goianos perderam a vida nessa luta contra a ditadura militar. É preciso ter um monumento que expresse não só a nossa solidariedade a essas pessoas, mas que mantenha viva essa memória do povo goiano que tanto se empenhou em enfrentar a ditadura e construiu o processo democrático”, disse. O serviço deverá custar cerca de R$ 43 mil, e contará com a elevação da base de apoio da esfera metálica, reforma e revitalização da mesma e a iluminação do monumento. 
Cabral diz ainda que a direção da Anigo considera, também, que deve ser alterada a localização do item para um local com maior fluxo de público. “Pensamos em elevar, colocar os nomes dos desaparecidos para que de longe possam ser lidos, colocar uma placa ao lado dizendo que aquilo é uma homenagem aos nossos desaparecidos, e mudar para um lugar mais movimentado”, afirmou. Segundo o presidente da entidade, o prefeito está de acordo com a idéia, e a dúvida é somente a nova localização.

Fonte: Paulo Victor Gomes, Portal www.fabiotokarski.com.br