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EUA: “Aumentar impostos ou reduzir gastos?”, questiona economista

Após celebrar nesta segunda o 435º aniversário da independência dos Estados Unidos, o Congresso norte-americano tratará a partir desta terça-feira (5) de novas rodadas de negócios em busca de um acordo sobre como reduzir o déficit fiscal e incrementar o limite da dívida pública.

A alta dos impostos deve ser parte de qualquer plano de pressuposto global. A análise foi feita nesta segunda-feira (4), pela especialista e professora da economia na Universidade de Berkeley, Califórnia, e ex-presidente do Conselho de Assessores Econômicos do presidente Barack Obama, Christina Romer, em artigo publicado pelo The New York Times.

“O que pode doer mais? Aumentar os impostos ou reduzir os gastos”, questiona Romer ao longo do artigo. Os dois assuntos foram responsáveis por protagonizar o enfrentamento de forças entre governo e oposição no país.

Os republicanos, que abandonaram as negociações da semana anterior, insistem que a alta imposta aos mais ricos ameaça a frágil recuperação econômica e trará graves danos a longo prazo. Para eles, a melhor opção é limitar os gastos federais.

Há uma semana, o presidente Barack Obama pediu que a oposição aceitasse mais impostos, além da redução dos gastos como parte de um plano para diminuir o déficit.

Em seu programa no rádio e na internet aos sábados, o presidente manifestou otimismo para que ambas as partes encontrassem “uma maneira de ceder um pouco, de tomar decisões difíceis e reunir esforços para o bem do país”.

Obama não descartou uma política impositiva, até agora a principal contrariedade dos republicanos – que são contra o aumento do ônus aos norte-americanos mais ricos.

A Casa Branca planeja um corte de pelo menos 1,3 bilhões de dólares ao longo de 10 anos e propõe até 400 mil dólares em mais impostos – uma posição que buscaria o equilíbrio, mas a oposição exigiu mais reduções de gastos e nenhum aumento fiscal.

Segundo Romer, tanto o aumento de impostos quanto o corte nos gastos tenderá a frear a recuperação em curto prazo, mas os cortes de gastos provavelmente tornarão o processo de melhora mais lento. O aumento de impostos razoáveis causarão, em longo prazo, menor dano ao crescimento econômico e a produtividade dos cortes do investimento público.

“As duas condições são danosas a qualquer economia. Se os impostos aumentam há menos dinheiro para gastar e se os gastos federais são reduzidos, menos fundos serão injetados na economia”, explica a economista.

Especialistas consideram que com um aumento de impostos equivalente a 1% da produção econômica norte-americana, no geral, se reduz o produto interno bruto em 1% depois de 18 meses. Mas, explicam, uma redução de gastos desse tamanho, reduz o PIB em 1,5% ou mais.

Nos próximos dias, Casa Branca, democratas e republicanos no Congresso devem decidir se uma redução imediata do déficit, com a baixa dos gastos, seria mais prejudicial para a recuperação ou se elevar impostos para os mais ricos seria menos propenso a reduzir a demanda global e aumentar o desemprego.

Fonte: Prensa Latina