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Nirlando Beirão: FHC anda esfuziante de alegria. Mas Serra…

Peraí, gente: a expressão é do Jamelão, glória do samba, e dá conta de alguém que anda esfuziante de alegria. Fernando Henrique está.

Por Nirlando Beirão, em seu blog

Estive com o ex-presidente neste fim de semana, no aniversário do João Rodarte, ex-genro de FHC e presidente da Companhia de Notícias, a CDN. João fez 60 anos e, cavalheiro, compartilhou a homenagem dos amigos com Fernando Henrique, que acaba de fazer 80. De duas semanas para cá, FHC já teve pelo menos uma dezena de festas de 80 anos.

O ex-presidente está em fase absolutamente cool. Humor afiadíssimo, conversador, com aquela jovialidade que o caracteriza mesmo nos mais agudos momentos. Num certo momento, surpreendi-o sitiado por uma patota de jornalistas. Comentei: “Cuidado com eles, presidente”. Ele respondeu de primeira: “Estou tranquilo. Eu minto para eles”.

Li recentemente, na Veja, a coluna do Roberto Pompeu elogiando a elegância que FHC trouxe à decorativa e às vezes catastrófica função de ex-presidente. Roberto Pompeu é o que leio na Veja, me basta. Acho que Roberto tem razão. Fernando Henrique é um ótimo ex-presidente. (Por questão de dias, Roberto Pompeu poderia ter, em elogio póstumo, incluído Itamar Franco na elegia aos ex. Itamar foi uma figura curiosa, daquelas que conseguem fazer do limão, limonada, ou transformar azar em sorte. Pena que os jornalões de São Paulo tenham feito dele uma caricatura).

Mas eu dizia: FHC está numa felicidade só. Até falou bem de Dilma. Tem falado bem, aliás. Só se esquivou daquela história, que já contei aqui no blog, do filho dele que não era dele. Estavam lá com ele, na festa do João Rodarte, o filho, Paulo Henrique, a nora, Van Van Seiler, e a secretária Patrícia Kundrát. Os amigos sussurram que FHC está assim porque, aos 80 anos, está amando.

Enquanto isso, o José Serra…

Em contraste com o alto astral de Fernando Henrique, o PSDB se abastece de rancor com o ex-governador e candidato presidencial derrotado, José Serra. Por conta própria, sem consultar os companheiros de partido (quase escrevi amigos, mas Serra não os tem), ele lançou uma espécie de manifesto atacando duramente não só o governo, mas a própria Dilma. “Incompetente” e “autoritária” foram duas das palavras que pularam do texto borbulhante de ressentimento e deselegância.

O PSDB, responsável, desautorizou o texto. Como vocês já leram no Balaio do Kotscho, atribuiu a diatribe ao Serra, só a ele – o qual, depois de derrotado na convenção nacional pelas alas Aécio Neves e Geraldo Alckmin, tenta buscar algum espaço a bordo de um imaginário Conselho Político do PSDB.

Serra tem a pretensão de ditar as diretrizes doutrinárias da oposição. Mas ele não tem programa nenhum. Aliás, tem, sim. Uma agenda rigorosamente pessoal, solitária. Quer ser presidente da República, e ponto final. Mas a esta altura fica dizendo convencer até a Soninha Francine.