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Saída do PRB tira de bloco condição de 4ª maior força da Câmara

O PR arrisca-se a sair da condição de quarta maior força na Câmara. O feito — conquistado após se unir com PRB, PTdoB, PRTB, PRP, PHS, PTC, PSL e somar no total 64 deputados, 24 a mais do que elegeu em outubro — terá fim nesta terça-feira, quando os 12 deputados do PRB anunciarão sua saída do bloco.

"Somos contrários a algumas votações, como a que flexibilizou a Lei de Licitações. Mas por integrar o bloco, tivemos que seguir o encaminhamento do líder, que é do PR", afirmou o presidente do PRB, Marcos Pereira, advogado de São Paulo e ex-executivo da Rede Record e que assumiu o posto há menos de dois meses.

Ele disse, contudo, que as denúncias do Ministério dos Transportes foram determinantes à decisão. "A maioria dos nossos deputados já estavam querendo sair, mas as denúncias foram a gota d'água". De acordo com ele, vários deputados do bloco já estavam insatisfeitos por estar "sem voz" no bloco e que "esse escândalo" apenas os estimulou a desfazer a composição. O anúncio está previsto para ser feito hoje, após reunião da bancada.

Integrantes do PR, porém, afirmam que o PRB estava insatisfeito com o posicionamento contrário do líder do bloco, Lincoln Portela (PR-MG), ao projeto de resolução que redistribui cotas de cargos de natureza especial entre lideranças, beneficiando o PRB e prejudicando o PR.

Nesta segunda-feira (4), Pereira se reuniu com dirigentes de partidos que lhe garantiram seguir o mesmo caminho: Levy Fidelix, presidente do PRTB, que tem dois deputados; Ciro Moura, vice-presidente do PTC, sigla com um deputado; e Roberto Siqueira, secretário-geral do PSL, com duas cadeiras. Devem sair ainda o único deputado do PRP e também os quatro do PTdoB.

A ideia é formar novo bloco com 24 deputados. "Será menor, mas com mais lisura. Essa era nossa ideia inicial, mas daí o PR propôs união", diz Pereira. Ele negou que em qualquer ocasião tenha negociado cargos nos Transportes com o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP): "Isso não tem nada a ver. Disse à ministra Ideli Salvatti que temos interesse em postos no primeiro escalão, mas vamos aguardar uma reforma ministerial".

Da Redação, com informações do Valor Econômico