Explosão de bueiros mostra o caos da privatização da Light

Vendida em 1996, dentro do programa de privatização do governo FHC, com o apoio do governador tucano Marcelo Alencar, a Light sofre com a falta de manutenção e de investimentos. Fruto disso é que em menos de 24 horas, seis caixas de energia da concessionária explodiram no Rio. De 2010 para cá, já foram contabilizados mais de 40 acidentes deste tipo.

Segundo o Blog Amigos do Presidente Lula, de 1996 a 2009, a Light privatizada sofreu todo tipo de especulação financeira, trocou de mãos algumas vezes depois de privatizada, demitiu técnicos e terceirizou serviços com mão-de-obra barata e menos qualificada; e deixou de investir na manutenção da rede e na troca de equipamentos antigos, com "prazo de validade" vencido. Em dezembro de 2009, o então governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB/MG) recomprou o controle da Light (que pertencia à Andrade Gutierrez, entre outros acionistas privados), através da CEMIG.

Prefeitura multa

No dia 4, quatro caixas explodiram na Rua da Assembleia, no centro, deixando três pessoas feridas.

No dia 5, a Prefeitura do Rio expediu 13 multas contra a empresa. Essas multas referem-se a danos ao patrimônio, a partir dos episódios de explosões de bueiros da empresa concessionária Light, desde a criação da comissão de acompanhamento da Prefeitura em abril passado.

A comissão nesse período reuniu-se com a Light por diversas vezes e levantou dados referentes aos incidentes, identificando infrações cometidas pela concessionária contra as posturas municipais e danos ao patrimônio. Como consequência as multas hoje somam R$ 10.282,80. A Prefeitura também obriga a empresa concessionária Light a recuperar os danos causados em vias públicas.

Em ofício ao Ministério Público, o procurador-geral do município do Rio, Fernando Dionísio, afirma que a Light e a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) têm dado respostas “sempre evasivas” às reclamações da prefeitura relacionadas às explosões de bueiros. Para ele, a atitude pode revelar “eventual despreocupação maior” com os riscos à vida dos cidadãos.

Segundo Dionísio, a sucessão de episódios demonstra a omissão da Light. No documento, o procurador formaliza a solicitação de abertura de processo criminal contra a empresa.