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Governo convidou Chávez a se tratar no Brasil

Em telefonema ao chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, na última sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota, deixou os serviços do País "à disposição" do presidente venezuelano, Hugo Chávez, logo depois de ele anunciar, em um pronunciamento à TV estatal na quinta-feira, que estava com câncer. Tal como no caso do presidente paraguaio, Fernando Lugo, o governo brasileiro convidou, assim, o venezuelano a tratar-se no país.

A cortesia foi bem recebida por Maduro, mas nenhuma resposta foi dada ao Brasil. Na época do telefonema, Chávez ainda estava em Havana, onde passou por duas cirurgias. Ele ficou mais de 20 dias em recuperação na ilha, e só anunciou na última quinta-feira que estava com câncer.

Ontem, em uma longa conversa entre os dois chanceleres, durante as festividades do bicentenário da independência da Venezuela, Maduro informou a Patriota que Chávez não ficará internado em Caracas agora, mas deverá receber o tratamento no Palácio de Miraflores.

Não foi divulgado ainda se o venezuelano retornará a Cuba para continuar o tratamento. O sistema de saúde na ilha é considerado um dos melhores da região. Os hospitais (particulares) brasileiros, no entanto, são vistos como referência na América do Sul.

Lugo

Em agosto passado, o presidente paraguaio decidiu vir ao Brasil logo que teve detectado um tumor no seu sistema linfático. Na época, o governo brasileiro cuidou para que Lugo fosse atendido no Sírio-Libanês, em São Paulo, pela equipe responsável pelo tratamento de Dilma Rousseff, que também teve linfoma.

Nos nove meses de tratamento, Lugo, 59 anos, veio diversas vezes a São Paulo para sessões de quimioterapia e avaliações. O paraguaio, que está na Venezuela para a comemoração do bicentenário do país, comentou com Chávez que foi tratado em São Paulo.

Patriota disse que seus colegas chanceleres viram Chávez "bem disposto". Por conta dos funerais do ex-presidente Itamar Franco, ele não chegou a tempo de uma reunião rápida entre chanceleres da região e Chávez anteontem.

Com Folha de S.Paulo