Bahia começa a mobilização para Conferência Estadual da Mulher
Começaram os preparativos para a 3ª Conferência Estadual das Mulheres da Bahia, que acontece entre os dias 21 e 23 de outubro, em Salvador. O evento deve reunir cerca de 1.200 delegadas de todo o estado, que serão eleitas em conferências municipais e em 19 conferências Territoriais.
Publicado 07/07/2011 19:12 | Editado 04/03/2020 16:19
A primeira reunião de mobilização da etapa estadual da 3ª Conferência Nacional de Mulheres, aconteceu na terça-feira (5/7), na Assembléia Legislativa, com o apoio da Bancada Feminina, e definiu que a Comissão Organizadora da Conferência (COE) terá representação paritária do Poder Público e da sociedade civil organizada.
A Comissão será composta de 16 integrantes, sendo oito do Poder Público, incluindo o governo estadual e a Assembléia Legislativa da Bahia, e oito de entidades do movimento de mulheres, entre as quais a União Brasileira de Mulheres (UBM), a Marcha Mundial de Mulheres, o Lesbahia, o Núcleo de Estudos Interdisciplinar da Mulher da Universidade Federal da Bahia (Neim/UFBA) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). O grupo vai reunir na próxima segunda-feira (11/7) para discutir detalhes da organização do evento.
“Nós estamos trabalhando para construir um regulamento bem detalhado. Queremos garantir cotas para as mulheres indígenas, quilombolas, ribeirinhas e todas aquelas mulheres que historicamente não têm o hábito de participar das conferências de mulheres. Na segunda-feira, a COE vai se reunir para finalizar estes critérios todos”, informou a coordenadora-executiva de Planejamento e Gestão da Secretária Estadual de Políticas para as Mulheres, Roberta Sampaio.
O objetivo fundamental da Conferência é a construção do 3º Plano Estadual de Políticas para as Mulheres. Isso se dará a partir da discussão de três eixos centrais: a autonomia política, econômica e social das das mulheres, erradicação da pobreza, o enfrentamento a toda forma de violência e o estímulo para a criação de organismos de políticas para as mulheres na Bahia, já que o estado possui apenas 31 organismos deste tipo, entre secretarias, superintendências, coordenações, diretorias e outras pastas. “Por isso, faremos todos os esforços para fazer uma conferência diversificada, com a garantia da realização de conferências em todos os territórios e para garantir que a gente consiga construir um plano á luz da realidade das mulheres baianas”, ressaltou.
Para a coordenadora de Planejamento e Gestão da Secretaria de Políticas para Mulher (SPM-BA), a realização da 3ª Conferência é fundamental para a construção de políticas públicas. “A realidade das mulheres baianas é muitas vezes desconhecida para nós. Os indicadores mostram um crescente número de mulheres vítimas de violência, uma grande quantidade de mulheres chefes de família e em condições de vulnerabilidade social. Nós queremos conhecer a realidade destas mulheres. Para fazer uma política pública coerente, nós precisamos conhecer a realidade. Eu acho que um prefeito ou prefeita que se debruce para construir uma conferência deve buscar conhecer a realidade das mulheres de seu município”.
“É também muito importante que as mulheres participem da discussão, pois quando a gente se encontra e conhece a realidade da outra companheira, muitas vezes a gente começa a entender que o problema não é só nosso, mas de um conjunto de mulheres. As mulheres precisam estar em todos os espaços, principalmente nos espaços de decisão, cada vez mais conhecendo a realidade do estado, conhecendo quais são os instrumentos para defender os seus direitos. A mulher precisa participar para ser empoderada. Precisa conhecer a realidade e ajudar na construção de políticas públicas”, concluiu Roberta.
De Salvador,
Eliane Costa