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Empresa é denunciada por aliciamento de menores no Amazonas

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM,) presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico Internacional de Pessoas, convocou reunião extraordinária da CPI para esta semana com o objetivo de apurar as denúncias veiculadas na mídia amazonense sobre o aliciamento de menores indígenas para exploração sexual no município de Autazes (AM) pela empresa norte-americana Wet-A-Line.

A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Iriny Lopes, também se manifestou sobre a denúncia, anunciando que vai propor um Acordo de Cooperação pelo fim da Exploração Sexual entre o governo federal e os estados da Amazônia Legal, para ampliar a fiscalização de empresas de turismo de pesca que atuam na região da Amazônia.

Segundo as matérias divulgadas nos jornais do estado, quatro indígenas amazonenses entraram com um processo contra a empresa norte-americana Wet-A-Line, acusando-a de tráfico sexual de mulheres.

A CPI vai chamar os responsáveis pela empresa denunciada, pela empresa Santana Eco Fish Safari (de turismo) e pela ONG Equality Now (que divulgou em seu site a matéria da denúncia). E ainda: representantes da Funai, da Polícia Federal do Amazonas, da Secretaria Executiva de Assistência Social e o prefeito de Autazes, Wanderlan Sampaio.

Já a ministra Iriny Lopes disse que vai conversar com os ministros Luiz Sérgio, da Pesca; Nelson Jobim, da Defesa; Antônio Patriota, das Relações Exteriores; José Eduardo Cardoso, da Justiça; e Carlos Luppi, do Trabalho e com o presidente da Funai, Márcio Meira.

A decisão sobre o Acordo de Cooperação pelo fim da Exploração Sexual entre o governo federal e os estados da Amazônia Legal foi tomada nesta segunda-feira (11) em reunião com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, e em comum acordo com a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, depois das denúncias de venda de "pacotes" sexuais turísticos pela empresa norte-americana de turismo de pesca na Amazônia.

De acordo com o Ministério Público Federal, as provas são contundentes. A ação penal contra a empresa Wet-A-Line, do americano Richard Schair, corre na 4ª Vara Federal do Amazonas e encontra-se na fase da citação dos cinco denunciados. Além de Schair, são réus na ação penal José Lauro Rocha da Silva, proprietário da agência de turismo brasileira, Daniel Geraldo Lopes, Juscelino de Souza Motta e os irmãos Admilson Garcia da Silva e Adilson Garcia da Silva. Desde 2008, a Polícia Federal investiga o caso.

A ação penal no Brasil corre em segredo de justiça. No caso, estão envolvidas 15 mulheres, dentre menores e indígenas vítimas de estupros e aliciamento nas viagens promovidas pelo proprietário da agência. As meninas são da cidade de Autazes, a 118 km de Manaus, e eram aliciadas, segundo a polícia, para participar dos passeios pesqueiros. A empresa, segundo a investigação, utilizava iates luxuosos, camuflados de pesca esportiva para estrangeiros.

A Wet-A-Line Tours também é alvo de um processo no Estado da Geórgia, nos Estados Unidos, pela mesma prática.

De Brasília
Com agências