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Rio: 60% dos professores permanecem em greve

A greve dos professores do Estado do Rio completa 37 dias nesta quarta (13) com adesão de 60% da categoria, de acordo com o diretor do Sepe Central (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação), Adriano Santos.

Adriano Santos diz que os professores não reivindicam apenas reajuste de salário, mas também melhores condições de trabalho, já que grande parte das escolas não conta com aparelhos e equipamentos adequados para que eles possam desenvolver efetivamente suas disciplinas.

"O governo insiste em dizer que já atendeu a 70% de nossas reivindicações e que estuda um programa de recuperação salarial. Nós já verificamos o orçamento na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) e sabemos que o governo tem condições financeiras de atender aos nossos pedidos. Até porque não sao pedidos absurdos", revela.

Aproximadamente 60 líderes grevistas ficaram acampados diante do prédio onde fica a sede da Secretaria Estadual de Educação, na rua da Ajuda, no centro do Rio de Janeiro. Nesta manhã, a entrada principal do prédio estava fechada. A tentativa de invasão dos manifestantes (bem sucedida para quase 50 pessoas) estilhaçou a porta de vidro. Os funcionários do prédio estão entrando por outro acesso.

De acordo com o diretor do Sepe, o acampamento permanecerá montado até a quinta-feira (14), quando os líderes do movimento se reunirão com os secretários de Educação, Planejamento e de Governo. Os professores também organizam uma aula ao ar livre.

Durante a tarde de terça-feira (12), Risolia e um grupo de professores e sindicalistas se reuniram por cerca de três horas na sede da secretaria, após a ocupação do prédio, mas nenhum acordo foi fechado.

Os professores e profissionais do Estado estão em greve há mais de 30 dias. Para o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), a situação é grave, já que o governo não ofereceu nada relevante para os grevistas. "No que diz respeito, por exemplo, aos funcionários administrativos, todo reajuste que o governo deu não fez o piso salarial chegar nem mesmo ao salário mínimo".

Ocupação

Os professores ocuparam a sede da pasta por volta das 12h de terça para exigir a reunião com o representante do governo do Estado. Policiais militares do Batalhão de Choque chegaram a lançar spray de pimenta contra os manifestantes, que, mesmo assim, conseguiram entrar.

Antes de ocuparem a secretaria, o grupo se reuniu nas escadarias da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio) e depois seguiu em direção ao prédio onde funciona a secretaria, na rua da Ajuda.

Os profissionais reivindicam um reajuste salarial de 26%, a incorporação imediata da gratificação do Nova Escola, e o descongelamento do plano de carreira dos funcionários administrativo. Com essa reivindicação, de acordo com o Sepe, o piso salarial inicial de um professor deixaria de ser R$ 766 e passaria a R$ 1.080.

O Sepe conseguiu na Justiça uma liminar no último dia 7 que impede que o governo estadual desconte os dias não trabalhados nos salários dos profissionais de educação, que estão em greve desde o início de junho. A decisão pede também que o dinheiro, que eventualmente tenha sido descontado, seja devolvido.

Na semana passada, os professores fizeram uma manifestação que reuniu cerca de 4.000 pessoas, segundo a Polícia Militar, no Largo do Machado, na zona sul do Rio. De lá, eles seguiram até o Palácio Guanabara, sede do governo estadual, e retornaram para Laranjeiras, onde, em assembleia, decidiram manter a greve.

Fonte: CTB com agências