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Trabalhadores do cobre no Chile iniciam greve contra privatuzação

Cerca de 17 mil trabalhadores da Coorporação Nacional do Cobre (Codelco) do Chile protagonizam, nesta segunda-feira (11), uma paralisação para protestar contra a eventual privatização da empresa mineradora, que é maior produtora de cobre do mundo.

Neste contexto, está previsto um ato central na Praça da Cidadania, em frente ao Palácio de La Moneda, no qual os operários do metal vermelho, o sindicato dos professores e as federações estudantis, defenderãoa renacionalização do mineral.

O dirigente da Federação Nacional dos Trabalhadores do Cobre, Raimundo Espinoza, denunciou que a administração da Codelco está se preparando para a privatização. "A empresa mais importante do país está em risco e não vamos aceitar isso. Temos que defender o patrimônio do Chile", disse Espinoza.

Na opinião do dirigente operário, a obsessão do atual governo por se desfazer dos ativos rentáveis do Estado é afim com a linha de pensamento da direita, segundo a qual só é eficiente o que é privado.

"Aqui não haverá uma privatização legalizada, mas disfarçada ao tornar a empresa inoperante e propiciar sua posterior venda”, explicou o presidente da Confederação de Trabalhadores do Cobre, Cristián Cuevas.

Da mesma forma, o deputado e presidente do Partido Socialista do Chile, Osvaldo Andrade, concordou que La Moneda "está gerando as condições para privatiar de maneira definitiva nossa principal riqueza nacional”.

Para o economista chileno Julián Alcayaga, não se explica que, com o preço do cobre observado em 2010, a Codelco tenha tido uma queda tão considerável em seus ingressos por venda em relação aos anos 2006, 2007 ou 2009.

A greve desta segunda coincide com o aniversário de 40 anos da nacionalização do cobre, decretada pelo governo de Salvador Allende (1970-1973), data considerada pelo povo como Dia da Dignidade Nacional. A partir de 11 de julho de 1971, 100% da Grande Mineradora do Cobre no Chile passou a sre controlado pelo Estado.

No entanto, a desnacionalização promovida pelo regime militar de Augusto Pinochet (1973-1990) e aprofundada durante os governos da Conteratação e pela atual administração de direita conduziu à atual realidade, em que 70% do cobre do Chile é produzido por grandes mineradoras privadas. O Chile é o primeiro produtor mundial de metal vermelho e cobre e abrange 33% da oferta global.

Com Prensa Latina