Trabalhadores do cobre no Chile iniciam greve contra privatuzação
Cerca de 17 mil trabalhadores da Coorporação Nacional do Cobre (Codelco) do Chile protagonizam, nesta segunda-feira (11), uma paralisação para protestar contra a eventual privatização da empresa mineradora, que é maior produtora de cobre do mundo.
Publicado 11/07/2011 09:32
Neste contexto, está previsto um ato central na Praça da Cidadania, em frente ao Palácio de La Moneda, no qual os operários do metal vermelho, o sindicato dos professores e as federações estudantis, defenderãoa renacionalização do mineral.
O dirigente da Federação Nacional dos Trabalhadores do Cobre, Raimundo Espinoza, denunciou que a administração da Codelco está se preparando para a privatização. "A empresa mais importante do país está em risco e não vamos aceitar isso. Temos que defender o patrimônio do Chile", disse Espinoza.
Na opinião do dirigente operário, a obsessão do atual governo por se desfazer dos ativos rentáveis do Estado é afim com a linha de pensamento da direita, segundo a qual só é eficiente o que é privado.
"Aqui não haverá uma privatização legalizada, mas disfarçada ao tornar a empresa inoperante e propiciar sua posterior venda”, explicou o presidente da Confederação de Trabalhadores do Cobre, Cristián Cuevas.
Da mesma forma, o deputado e presidente do Partido Socialista do Chile, Osvaldo Andrade, concordou que La Moneda "está gerando as condições para privatiar de maneira definitiva nossa principal riqueza nacional”.
Para o economista chileno Julián Alcayaga, não se explica que, com o preço do cobre observado em 2010, a Codelco tenha tido uma queda tão considerável em seus ingressos por venda em relação aos anos 2006, 2007 ou 2009.
A greve desta segunda coincide com o aniversário de 40 anos da nacionalização do cobre, decretada pelo governo de Salvador Allende (1970-1973), data considerada pelo povo como Dia da Dignidade Nacional. A partir de 11 de julho de 1971, 100% da Grande Mineradora do Cobre no Chile passou a sre controlado pelo Estado.
No entanto, a desnacionalização promovida pelo regime militar de Augusto Pinochet (1973-1990) e aprofundada durante os governos da Conteratação e pela atual administração de direita conduziu à atual realidade, em que 70% do cobre do Chile é produzido por grandes mineradoras privadas. O Chile é o primeiro produtor mundial de metal vermelho e cobre e abrange 33% da oferta global.
Com Prensa Latina