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Síria: Conselho do Diálogo Nacional reúne governo e opositores

Frente no poder na síria realiza encontro entre partidos e movimentos, tanto da situação quanto da oposição, realizaram um encontro nacional, na última semana, para analisar a atual conjuntura política síria.

Foi aberto no dia 10 de julho o Encontro Consultivo para o Diálogo Nacional Abrangente com a presença de representantes dos partidos que compõem a Frente Nacional Progressista da qual fazem parte o Partido Baath, o Partido Comunista Sírio, o Movimento Socialista Árabe, o Partido Árabe Unionista Democrático, entre outros, partidos opositores, que integram a Frente Popular pela Mudança e Liberdade e que incluem o Partido Social Nacionalista Sírio e a União dos Comunistas Sírios; intelectuais e personalidades tanto situacionistas, independentes, assim como opositores – entre eles o professor de Filosofia da Universidade de Damasco, que se coloca no campo da oposição ao governo, Tayeb Tizini, além de representantes da juventude e dos sindicatos.

Ao abrir os trabalhos, o vice-presidente Farouk al-Shara destacou que “esperamos que este encontro nos conduza a uma conferência abrangente que anuncie a transformação da Síria em um Estado pluralista, democrático onde os cidadãos sejam iguais e participem na formação do futuro de sua pátria”.

O encontro pelo Diálogo Nacional corresponde a iniciativa do presidente sírio, Bashar Al Assad que formulou a proposta em pronunciamento realizado na Universidade de Damasco.

O vice-presidente admitiu que “este diálogo está sendo lançado em uma atmosfera difícil em que há desconfiança, rejeição e preocupação” e que a mudança no rumo das leis de uma situação para outra não poderia ocorrer tão suavemente como se desejava e sem ser confrontada por obstáculos, alguns naturais resultados de erros passados.

“Foi com base em problemas que havíamos varrido para debaixo do tapete e que não mereceram a contemplação profunda”, admitiu o vice-presidente, que os contra-revolucionários se basearam e tentaram avançar de forma esbaforida.

“Problemas que foram utilizados por uma mídia instrumentalizada, com o intuito de invadir o país ao invés de usarem armamentos como se fazia nas guerras do século passado”, acrescentou Shara.

“Temos a profunda certeza de que o povo é fonte de toda a autoridade, por isso este diálogo não é um favor nem uma condescendência do governo, mas uma obrigação para com todos os cidadãos”, finalizou.

Entre os pontos consensuais no primeiro debate destacou-se o apoio à concepção nacional do governo e a rejeição do projeto sionista de submissão do país. Os presentes aprovaram por unanimidade uma moção em que rejeitam os que solicitam ajuda estrangeira de qualquer tipo particularmente da Europa e dos Estados Unidos.

Também foi aprovado que o diálogo nacional faria o país entrar em nova fase com a unidade nacional fortalecida, onde a intervenção estrangeira será barrada e haja a participação de integrantes de todo o espectro social e que estes avanços sejam consagrados em emendas constitucionais.

Os debates foram televisionados. Recusaram-se a participar os que optaram pela derrubada violenta do regime mas que, com o diálogo nacional, estão se colocando à margem da sociedade, que vem se manifestando contra o uso das manifestações para os ataques violentos às forças de segurança e em apoio ao diálogo.

Atos pela unidade

A cada dia novas manifestações de apoio ao Diálogo Nacional e contra a intervenção estrangeira surgem nas cidades do país. Os protestos se intensificaram nos últimos dias depois que se soube do incitamento perpetrado pelos embaixadores da França e EUA, que sem o conhecimento do governo foram se encontrar com oposicionistas na cidade de Hama.

Uma longa bandeira, de vários quilômetros passou a marcar presença nas manifestações e a atuar como símbolo do avanço da unidade nacional síria.

Assim que foi divulgada a denúncia do ardil dos embaixadores, além dos atos em Damasco, diante das embaixadas da França e Estados Unidos, houve uma gigantesca manifestação em Alepo, reunindo centenas de milhares.

“Se eles achavam que a velha era colonial iria retornar, nem que fosse por um momento, estavam totalmente enganados. Agora o mundo é dos povos livres que tomaram sua decisão”, afirmou em Alepo o engenheiro Ghassan Issa, presente na manifestação. Trinta manifestantes da cidade resolveram iniciar um percurso de 355 quilômetros até Damasco para manifestar repúdio à ingerência dos EUA no país. Jamal Nour Eddin, organizador da marcha informou que os participantes serão recebidos pelo presidente Assad e de lá pretendem seguir até as embaixadas dos EUA e França para expressar seu repúdio aos recentes atos dos embaixadores.

Houve manifestações no dia 11 de julho em Idleb, Homs, “Queremos que o mundo saiba que a Síria está bem e que vai permanecer sempre o símbolo de firmeza e resistência diante das conspirações que tentam minar a unidade do povo sírio”, afirmou o estudante Reem Asaad, em Homs, Sweida, Tartus, onde uma bandeira de mais de um quilômetro foi carregada pela população e a manifestação foi seguida de uma carreata.

Fonte: Hora do Povo