Servidores públicos de Natal ameaçam parar

 

A greve por tempo indeterminado de servidores de diversas áreas do Município de Natal, anunciada para hoje pelo sindicato da categoria (Sinsenat), se iniciou antes mesmo da data agendada, com a paralisação em algumas unidades de saúde da capital. No Hospital dos Pescadores, nas Rocas, desde a última sexta-feira só vêm sendo atendidos os casos de urgência e emergência.

O procurador geral do Município, Bruno Macedo, confirma que deverá entrar, hoje ou amanhã, com uma ação no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, caso venha a se configurar a greve do restante dos servidores municipais, como foi aprovada a sua deflagração em assembléia realizada no 14 de julho.

Macedo disse que recebeu um ofício do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Natal (Sisenat), informando de "forma genérica" a motivação da greve. Segundo ele, o ofício diz apenas que centenas de servidores estão sem receber gratificações e outros adicionais, sem especificar quais são e nem a que secretarias eles pertencem.

Para o procurador, tal generalização por si só caracteriza "a abusividade da greve", cujo efeito começa a ocorrer a partir de hoje, embora já tenha a sua aprovação ocorrido na semana passada.

Hoje haverá um ato público a partir das 9h, em frente ao prédio da Segelm, na Cidade Alta. No final da manhã de ontem, o diretor do Sinsenat, Ronaldo Rocha, explicou que os servidores não têm mais condições de esperar pela "boa vontade" da Prefeitura. Ele reclamou do descumprimento do calendário de pagamento de adicionais e contribuições, desde janeiro. Diante disso, a greve por tempo indeterminado foi a única alternativa encontrada.

A lista de benefícios não concedidos inclui adicional de insalubridade, adicional noturno, hora-extra e risco de vida. Na última sexta-feira, o Sinsenat encaminhou um ofício à Prefeitura e aos secretários municipais de Meio Ambiente e Urbanismo, Serviços Urbanos, Saúde, Mobilidade Urbana e Segurança Pública, informando da paralisação.

Atendimento

O serviço no Hospital dos Pescadores foi o primeiro a ser paralisado e, na manhã de ontem, os pacientes que procuravam a unidade, cujos problemas não caracterizavam urgências, eram encaminhados a unidades como a de Mãe Luiza, Cidade Satélite e a UPA do Pajuçara. "Esse é praticamente o único posto de saúde que funciona aqui na região e agora está parado por conta de greve, é uma vergonha", reclamou o aposentado Vivaldo Pereira de Carvalho, que não sabia onde iria conseguir tomar a injeção da qual necessitava.

Na unidade de Mãe Luiza, o fluxo de pessoas aumentou em decorrência da greve no Hospital dos Pescadores e a expectativa é que fosse feita uma triagem dos pacientes. "A unidade deve paralisar ainda hoje (ontem) e amanhã estaremos no ato público na Segelm", destacou.

Fonte: Tribuna do Norte