Agência de risco vai declarar moratória temporária da Grécia
A Fitch Ratings vai declarar a Grécia em default (não pagamento) temporário de sua dívida, devido às medidas acertadas num novo pacote de resgate da zona do euro, mas deve assinar os novos ratings com baixo grau especulativo, uma vez que a troca de bônus for concluída, disse a agência de classificação de risco nesta sexta-feira (13).
Publicado 22/07/2011 09:03
A Fitch disse que a redução nas taxas de juros que a Grécia está pagando em suas dívidas e a extensão dos vencimentos deu ao país a chance de recuperar solvência e de dar suporte a seu rating.
"A Fitch assinará os novos ratings pós-default para a Grécia e para os novos instrumentos de dívida, uma vez que o evento default é resolvido com a emissão de novos papéis para detendores de bônus participantes", afirmou a agência. "Os novos ratings provavelmente serão de baixo grau especulativo."
A dívida pública da Grécia alcançou 340,227 bilhões de euros em 2010, o que corresponde a 148,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O país se encontrou, então, com níveis de divida acima dos necessários para permanecer como membro da zona do euro. O governo tinha duas escolhas: sair do grupo e voltar a adotar moeda local ou apertar os cintos e pleitear um empréstimo internacional. Optou pela segunda.
No segundo semestre de 2010, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE) concordaram em ceder um pacote de ajuda de 110 bilhões de euros, que seria liberado em parcelas, conforme o progresso do enxugamento das contas do país.
O primeiro conjunto de cortes foi feito na entrega da primeira parcela. Sem os empréstimos, Atenas entraria em default (não pagamento temporário da dívida). O primeiro-ministro grego, George Papandreou, havia afirmado que, sem a ajuda, os cofres do país ficariam vazios "em questão de dias".
Pressionado, o governo grego aprovou um novo pacote de austeridade em 29 de junho para poder receber mais uma parcela – de 12 bilhões de euros (R$ 27 bilhões). O pacote inclui corte de gastos, de empregos, de salários, aumentos de impostos e vendas de ativos estatais.
As medidas de austeridade são altamente impopulares entre os gregos. Sindicatos afirmam que a taxa de desemprego já ultrapassou os 16%. A polícia entrou em confronto com manifestantes em algumas ocasiões nas ruas próximas ao parlamento grego.
Com informações de agências