Atentados deixam 17 mortos na capital da Noruega, segundo polícia
Atirador matou ao menos 10 em acampamento de jovens em ilha de Oslo. Antes, bomba provocou grande destruição e matou 7 na sede do governo. A presidente Dilma manifestou “profunda consternação” com a notícia em mensagem encaminhada ao primeiro-ministro do país, Jens Stoltenberg.
Publicado 22/07/2011 21:29
A polícia da Noruega afirmou que a explosão na sede do governo e o tiroteio em uma ilha de Oslo, ocorridos nesta sexta-feira (22), feriram 15 e mataram pelo menos 17 pessoas, e que o número de mortos pode aumentar. Os indícios colhidos até o momento (22 horas no Brasil) sugerem que os atos terroristas foram praticados pela extrema direita.
Já o atirador matou pelo menos 10 pessoas após abrir fogo em um acampamento de verão de jovens do Partido Trabalhista, com cerca de 700 participantes, na ilha de Utoeya, na periferia da capital. A polícia afirmou que foram encontrados explosivos não detonados na ilha.
Os dois ataques, segundo Sveining Sponheim, vice-chefe da polícia, têm conexão.
O atirador estava sendo interrogado pela polícia. Ele é norueguês e tem 32 anos, segundo as autoridades. De acordo com a imprensa norueguesa, ele tem ligação com a extrema direita do país.
Ele seria um homem de 1,90 metro, loiro e de porte atlético, segundo a TV2.
De acordo com testemunhas, o autor da matança se apresentou na colônia de férias vestido de policial, afirmando ser responsável pela segurança dos participantes após a explosão ocorrida horas antes.
Várias testemunhas disseram que ele usou um fuzil automático no ataque.
Bomba
Antes deste incidente, uma bomba explodiu em Oslo, destruindo prédios do governo em um quarteirão inteiro e deixando mortos e feridos.
A polícia pediu aos habitantes da capital que evitem as grandes concentrações e permaneçam em casa em função da situação de emergência.
A imprensa relatou que poderia haver outras bombas na região, mas nenhuma explosão posterior foi registrada.
O ministro da Justiça da Noruega, Knut Storberget, afirmou que o homem detido pelo tiroteio em um acampamento jovem em uma ilha do país é de nacionalidade norueguesa.
Em entrevista coletiva, o ministro e o premiê do país, Jens Stoltenberg, disseram que é cedo para especular os motivos da tragédia e que não se sabe se o atirador agiu sozinho.
Segundo testemunhas e relatos da polícia, o homem entrou vestido de policial em um acampamento promovido pelo Partido Trabalhista (do governo) e atirou contra dezenas de jovens, matando ao menos dez.
A polícia acredita que o mesmo homem esteja relacionado com um atentado a bomba ocorrido pouco antes em Oslo, atingindo vários prédios do quartel-general do governo da Noruega. Ao menos sete pessoas morreram.
Há relatos de que o homem tenha sido visto em Oslo antes de seguir à ilha de Utoeya, onde ocorreu o tiroteio, e onde explosivos não detonados foram encontrados pela polícia.
O chanceler da Noruega, Jonas Gahr Store, informou, em entrevista à BBC, a suspeita de que o detido tenha ido ao acampamento depois de plantar a bomba na capital norueguesa.
Quanto a relatos de que organizações extremistas teriam praticado os ataques, o premiê disse que não quer “confirmar ou negar relatos de que grupos assumiram responsabilidade. Não queremos tornar a situação mais séria do que ela é”.
O analista de segurança da BBC Gordon Corera relata que, depois de as suspeitas recaírem sobre grupos internacionais, agora cresce a possibilidade de que o ataque tenha sido promovido por extremistas domésticos.
"Mais democracia"
Mas a motivação dos ataques ainda é desconhecida, segundo disseram os líderes noruegueses.
“Não sabemos quem nos atacou”, disse o premiê durante a entrevista coletiva. “A Noruega se unirá nesse momento de crise. Você (em referência aos idealizadores do ataque) não destruirá nossa democracia. Nossa resposta à violência será mais democracia.”
As autoridades não confirmaram se estão procurando por mais suspeitos, mas disseram que não tiveram conhecimento de nenhuma ameaça prévia relacionada aos atentados.
“Foi uma grande surpresa, não tínhamos nenhum indicativo de que isso ocorreria”, disse o chanceler Store à BBC.
O ministro da Justiça disse que a polícia está usando “todos os recursos disponíveis” para lidar com a crise e investigar os responsáveis.
Ele pediu que a população fique longe do centro de Oslo por enquanto e que evite o uso de celulares, para não sobrecarregar a rede de telefonia do país.
A Mensagem de Dilma
Leia abaixo a mensagem da Presidente da República ao primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg:
“Senhor Primeiro-Ministro,
Foi com profunda consternação que recebi a notícia dos atentados ocorridos hoje, 22 de julho, na Noruega.
Gostaria de estender, em nome do governo e do povo brasileiros, nossos sinceros sentimentos de pesar e solidariedade ao Reino da Noruega e às famílias das vítimas.
Mais alta consideração,
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil”
Com agências