Debate sobre radiodifusão pública encerra seminário na Bahia

O presidente da Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (ABEPEC), Póla Ribeiro, o integrante do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação João Jorge e o mestre pela UFRJ, Luiz Felipe Stevanin foram os palestrantes da mesa sobre radiodifusão pública, a última do Seminário sobre marco regulatório e políticas locais de comunicação na Bahia. O evento reuniu movimento social, gestores públicos e estudiosos na quinta e sexta-feira (21 e 22/7), em Salvador.

O seminário produziu debates importantes que serão sintetizados em um documento com as propostas que servirão para fomentar a discussão sobre a comunicação na Bahia com repercussão em outros estados já que o evento contou com a participação de palestrantes de fora da Bahia. O seminário contou ainda com a participação de uma representante do governo do Rio Grande do Sul, que no momento implementa a criação do Conselho Estadual de Comunicação assim como aconteceu na Bahia.

A criação do Conselho de Comunicação com certeza foi o tema mais comentado no seminário, que segundo a Frente Baiana pela Direito à Comunicação é evento preparatório e aglutinador para o processo de escolha das entidades que vão representar a sociedade civil, movimentos sociais no Conselho.

Radiodifusão

O debate da tarde desta sexta-feira foi iniciado por Luiz Felipe Stevanin. O mestre em Comunicação pela UFRJ tratou dos conceitos da radiodifusão, afirmando que a divisão entre radiodifusão pública, estatal e privada existe só no papel, pois todas as empresas de comunicação, como a televisão, têm uma função pública, já que partem de uma concessão pública. Não existe porque também definir apenas algumas televisões como educativas, porque todas as televisões tem a função educativa mesmo que elas não exerçam esta função.

O presidente da ABEPEC, Póla Ribeiro, continuou as discussões falando sobre a importância das tvs e rádios públicas como instrumento para falar com as pessoas. Para Ribeiro, a sociedade brasileira precisa se apropriar da radiodifusão pública como algo seu. “Na hora em que o povo começar a perceber as emissoras públicas como algo seu, ele vai começar a assistir estas emissoras, pois ela informa como coisas importantes da sua vida, como as datas das vacinas, da matrícula nas escolas e outras coisas mais”, afirmou.

“A população precisa se apropriar das televisões públicas para que ela deixe de ser estatal, governada pelo estado, e passe a ser pública de verdade, ou seja, governado pela sociedade. Nós temos que criar um movimento social no Brasil para mudar esta concepção e fazer com que a gente ligue a televisão pública e sinta que de fato ela é nossa”, concluiu Póla Ribeiro.

Na plenária final do evento, os participantes sintetizaram os principais debates do seminário em um documento que deve receber contribuições até a próxima segunda-feira (25/7), via e-mail. Após finalizado, o documento será publicado e encaminhado para as autoridades competentes, principalmente para a Secretaria Estadual de Comunicação. A carta servirá também como base para os debates do movimento pela democratização da comunicação na Bahia.

De Salvador,
Eliane Costa