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Reunião bipartidária sobre dívida acaba sem acordo nos EUA 

A reunião deste sábado (23) entre o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com os líderes democratas e republicanos do Congresso sobre a dívida acabou sem um acordo imediato, mas com possibilidade de alcançá-lo nas próximas 24 horas.  

Obama recebeu na Casa Branca o presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner; o líder da maioria democrata do Senado, Harry Reid; o líder da minoria democrata na Câmara, Nancy Pelosi, e o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell.

Os congressistas retomaram as conversas para fechar um acordo sobre a elevação do teto da dívida, fixado atualmente em 14,29 trilhões de dólares que, se não for feito antes do dia limite, em 2 agosto, obrigaria o governo a anunciar moratória.

Segundo a Casa Branca, Obama reiterou sua oposição a uma extensão da dívida de "curto prazo", por considerar que poderia provocar uma redução da qualificação da dívida prejudicando assim a economia norte-americana e expondo-a de novo a uma "batalha" sobre o aumento da dívida dentro de alguns meses.

Na mesma linha, Reid ressaltou nem ele, nem os democratas irão apoiar um acordo de curto prazo. "Buscamos uma extensão do teto da dívida que nos leve no mínimo ao final de 2012. Não podemos enviar uma mensagem para o mundo carregada de ambivalência", enfatizou.

Obama, que convocou a reunião depois que, na sexta-feira, Boehner abandonou as negociações em curso, enfatizou que o Congresso "deve se abster de jogos políticos irresponsáveis com a economia e ao contrário, deve ser responsável e fazer seu trabalho, evitando a moratória e reduzindo o déficit".

Os economistas advertiram que a moratória desencadearia uma desestabilização dos mercados financeiros internacionais e poria a economia americana perigosamente à beira de uma severa recessão.

A China, o maior credor da dívida norte-americana, já manifestou sua preocupação.

Após o encontro, que durou apenas uma hora, e na qual também esteve presente o vice-presidente, Joseph Biden, os congressistas concordaram em voltar ao Capitólio para discutir com os membros de seus respectivos partidos o caminho a seguir.

Boehner manteve uma teleconferência com membros de seu partido na qual disse que, nas próximas 24 horas, espera anunciar um acordo, segundo vários meios de imprensa norte-americanos republicanos que participaram da conversa.

O jornal Politico adianta que, antes de dar seu braço a torcer, o líder republicano lutará para conseguir uma redução da despesa entre 3 a 5 trilhões de dólares e evitar o plano apresentado pelo senador republicano Mitch McConnell.

A proposta de McConnell daria ao presidente a autoridade para aumentar o teto da dívida, durante o próximo ano e meio, sujeito à palavra final do Congresso. Conhecido como "plano de contingência", Obama o definiu como a opção "menos atrativa" por considerar que não enfrenta o problema a longo prazo.

Durante seu discurso semanal à nação, Obama reiterou a urgência de pactuar um acordo bipartidário e "equilibrado" para reduzir o déficit, mas sem prejudicar a classe média.

"Em Washington, se gosta de se culpar uns aos outros por este problema (da dívida). Mas a verdade é que nenhum dos dois partidos está livre de culpa e ambos têm a responsabilidade de fazer algo a respeito", disse Obama.

Sobre a mesa, foi colocado um plano de cortes da despesa e aumento da carga tributária – à qual os republicanos se opõem –, que reduziria o déficit em 4 trilhões de dólares na próxima década; e outro menos ambicioso para conseguir uma redução de 2,4 trilhões de dólares ao qual Obama se opôs por não cumprir sua exigência de um "enfoque equilibrado" que junte cortes sociais e mais impostos.

Fonte: Ópera Mundi