Metalúrgicos mineiros iniciam campanha salarial

Com o lema “Valorização para quem produz e faz crescer”, a Campanha
Salarial Unificada dos Metalúrgicos de Minas Gerais foi aberta
oficialmente na manhã desta sexta-feira, 29, em Belo Horizonte, com a
entrega da pauta de reivindicações da categoria à Federação das Indústrias
do Estado de Minas Gerais (Fiemg), seguida de uma passeata até a Praça
Sete, centro da capital mineira.

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Com data-base em 1º de outubro, os metalúrgicos mineiros reivindicam 10%
de aumento real, salário de ingresso de R$ 1.850, abono de um salário
nominal e redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, dentre 98
cláusulas que constam da pauta.

A campanha unificada reúne 25 sindicatos filiados à Federação
Interestadual dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (FITMETAL),
Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT) e Federação dos
Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas (Femetal-MG), que representam
cerca de 250 mil trabalhadores em todo o Estado.

Ainda na portaria da Fiemg, pouco antes da entrega da pauta, lideranças
sindicais defenderam as reivindicações da categoria. “Este é o momento de apostarmos na unificação das reivindicações dos metalúrgicos mineiros com aquelas bandeiras de luta que são defendidas pelos metalúrgicos do restante do país, principalmente a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e o fim do Fator Previdenciário. Não vamos aceitar a choradeira dos patrões”, afirmou Marco Antônio de Jesus, presidente da CUT/MG.

Tratamento digno

Durante a caminhada até o centro da capital, João Alves de Almeida,
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, ressaltou que a
passeata era a oportunidade para que a população mineira pudesse tomar
conhecimento da realidade enfrentada pela categoria nas fábricas e,
principalmente, das reivindicações pelas quais os metalúrgicos irão lutar
na campanha salarial.

“Os metalúrgicos de Minas merecem um tratamento mais digno por parte dos
empresários. Somos uma categoria que é o motor do desenvolvimento do país
e uma das mais importantes da economia nacional. Nada mais justo,
portanto, que apresentemos à população as nossas reivindicações”,
acentuou.

Marcelino da Rocha, presidente da Federação Interestadual dos Metalúrgicos
e Metalúrgicas do Brasil (FITMETAL), chamou a atenção para a importância
da defesa de uma política industrial para o país. “Não é mais possível que
o Brasil não tenha uma política para o setor industrial que seja capaz de
fortalecer o trabalho, o emprego e a geração de renda”, afirmou.

Rocha também destacou a importância de os metalúrgicos mineiros saírem em
passeata para buscar o apoio da população às reivindicações da categoria.
“Os metalúrgicos mineiros estão nas ruas para mostrar à sociedade que
merecem respeito. Apesar do nosso Estado crescer o dobro da média
nacional, os metalúrgicos de Minas continuam a receber o quinto pior
salário da indústria nacional e a conviver com pesadas jornadas de
trabalho, com a exigência absurda de horas extras, as práticas de assédio
moral e a conduta antissindical adotada pelas empresas. Exigimos
respeito”, afirmou.

Durante a passeata, os manifestantes fizeram um minuto de silêncio em
frente ao escritório da ArcelorMittal, uma das maiores siderúrgicas do
mundo, em protesto contra as cerca de 300 demissões efetuadas pela empresa
nos últimos 15 dias, na unidade instalada em Contagem, na Região
Metropolitana de Belo Horizonte.

De Betim,
Eduardo Durães