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Caso Merlino: amigos e parentes pedem condenação do torturador

Amigos e parentes de jornalista Luiz Eduardo Merlino, assassinado pela ditadura em 1971, pedem condenação de Ustra, o coronel que comandava DOI-Codi nos anos 1970. Ele é acusado, entre outros crimes, de ordenar a tortura que resultou na morte do jornalista

Colegas e parentes de Luiz Eduardo Merlino se reuniram em São Paulo, neste sábado (30), para lembrar os 40 anos da morte do jornalista. O encontro foi marcado por manifestações em favor da condenação do coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, acusado de dar as ordens que resultaram na morte de Merlino quando comandava o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi).

Merlino foi membro do Partido Operário Comunista (POC) e da Quarta Internacional. Ele foi preso em 15 de julho de 1971, quando foi torturado e morreu. “A Lei de Anistia não permite que ele seja acusado criminalmente. Então, nós queremos que Ustra seja, pelo menos, oficialmente reconhecido como um assassino”, afirmou Angela Mendes de Almeida, historiadora e ex-companheira de Merlino.

Na última quarta-feira, seis testemunhas de acusação contra Ustra foram ouvidas pela juíza Claudia Lima, da 20ª Vara Cível de São Paulo. Todos endossaram a versão de que Ustra foi autor das decisões que resultaram na morte de Merlino. As testemunhas disseram que a tortura pela qual o militante foi submetido teria causado ferimentos graves e gangrena nas pernas. Disseram que, mesmo após a tortura, ele ainda poderia ter sobrevivido caso tivesse as pernas amputadas. Entretanto, afirmaram, Ustra determinou que o procedimento não fosse realizado.

Após os depoimentos de acusação, o advogado de Ustra, Paulo Alves Esteves, reiterou que seu cliente afirma jamais ter participado de qualquer ato de agressão ou de violência contra qualquer pessoa. Segundo o advogado, Ustra disse que “nunca determinou nada contra ninguém”.

Redação com agências