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Caciques peemedebistas querem blindar Temer e o partido

A estratégia montada pela cúpula do PMDB para esvaziar a crise política envolvendo o partido, acusado de atos ilícitos no Ministério da Agricultura, inclui a possibilidade de eventualmente entregar algum partidário envolvido em irregularidades, para preservar a aliança com o governo e a figura do vice-presidente Michel Temer.

“Não vamos aceitar que o erro de uma pessoa com CPF seja debitado na conta de quem tem CNPJ. Não teremos dificuldades de apoiar qualquer investigação, mas não aceitaremos marquetagem em cima do PMDB, assim como fizeram com o PR”, adiantou um peemedebista com cargo no governo, segundo notícia publicada no jornal O Globo nesta quarta-feira (3).

Em reunião de emergência no gabinete do próprio Temer, dirigentes peemedebistas avaliaram que, para evitar o risco de o PMDB se transformar no próximo alvo da "faxina" da presidente Dilma, seria necessário demonstrar unidade política e dar resposta imediata às denúncias envolvendo o Ministério da Agricultura – daí a ida do ministro Wagner Rossi nesta quarta-feira à Câmara .

O acerto feito na cúpula do PMDB é que em seu depoimento Rossi tentará blindar o vice-presidente da República, Michel Temer, seu padrinho político, e o próprio PMDB.

A Controladoria Geral da União instaurou auditoria para apurar as denúncias de pagamentos irregulares a empresas fantasmas e alienação de imóveis da Conab. As denúncias envolvem o ex-diretor financeiro da Conab, Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Neto, demitido pelo ministro da Agricultura Wagner Rossi declarou que a corrupção está espalhada na Conab e no ministério

Na reunião dos peemedebistas, os caciques do partido disseram que a presidente Dilma tem dado tratamento adequado ao partido. E reconheceram que, se o PMDB não tivesse tanta força na Câmara e no Senado, teria recebido tratamento semelhante ao do PR quando estourou a crise no Ministério dos Transportes . Além do próprio Temer, foram chamados para a reunião os ministros Edison Lobão (Minas e Energia) e Nelson Jobim (Defesa), os senadores Romero Jucá (PMDB-RR), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Valdir Raupp (PMDB-RO), o líder na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), entre outros.

A preocupação entre os governistas, em especial o PT, é com a possibilidade de o PMDB tentar desviar o foco de uma eventual investigação sobre Rossi, obrigando o governo a ampliar ainda mais o âmbito da faxina promovida por Dilma.

Com agências