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Falta mais competitividade à indústria nacional, diz Pimentel

O governo federal pode aprimorar muito os instrumentos de defesa comercial, mas não resolverá — nem de longe — o problema estrutural por trás do crescente déficit da balança comercial dos itens manufaturados. A avaliação é do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel.

Segundo ele, todo o "esforço concentrado" pela melhora da defesa comercial contido no plano Brasil Maior não compensará a falta de competitividade da indústria brasileira — esse, sim, o problema estrutural que explica o rombo comercial do setor. "Se pegarmos todos as 80 medidas antidumping que temos, somarmos as 40 que estão em processo e outras 20 que são pedidos em análise, falamos de 2,3% do total importado pelo país. Mesmo com isso e uma fiscalização ainda mais ágil de pirataria e entrada ilegal de produtos, não mudaria em praticamente nada nossa balança comercial."

Para Pimentel, são fatores externos — como a menor disposição para consumo nos países ricos, naturais importados dos manufaturados brasileiros — e internos — como a valorização do câmbio — que "ajudam" a explicar a falta de competitividade da indústria. O governo, avalia o ministro, está oferecendo à indústria melhores condições para competir com os importados. "Agora é hora de as empresas reagirem. Vamos cobrar delas mais investimento em inovação, porque as condições de financiamento estão sendo dadas", diz.

De acordo com Pimentel, o governo levará ao próximo encontro do Mercosul — que ocorrerá em setembro — a decisão de dobrar o número de produtos importados que podem ser taxados de 35% do imposto de importação — a alíquota máxima permitida pela Organização Mundial do Comércio (OMC). A medida dobraria de cem para 200 o número de itens importados que podem bater no teto da alíquota. "É uma proposta da Argentina, que até recentemente o Brasil não tinha aderido — mas, agora, sim. Vamos endossar a proposta junto ao Mercosul.”

Da Redação, com informações do Valor Econômico