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Apoio de Dilma e Lula é "lisonjeiro", diz Haddad

O ministro da Educação, Fernando Haddad, começou no último sábado (06) sua longa empreitada rumo ao posto de candidato do PT à prefeitura de São Paulo. Por volta das 17h, fez seu primeiro discurso com o objetivo de ganhar o apoio da militância petista – a começar pelas cerca de 300 pessoas que estavam presentes na caravana de São Miguel Paulista, na zona leste da capital.

Na opinião de diversos petistas da alta cúpula, Haddad ainda precisa conquistar os parlamentares e mostrar que é o melhor nome para concorrer nas eleições do próximo ano.

Ainda sem os trejeitos de um futuro candidato, o ministro conta com dois importantes cabos eleitorais do PT. O ex-presidente Lula disse publicamente que apoia sua candidatura e a presidente Dilma já avisou interlocutores que deseja ver o atual ministro concorrendo em 2012. "É lisonjeiro ser apoiado por parte daqueles que comandam ou comandaram o governo federal", afirmou Haddad depois da reunião de sábado.

Em contrapartida, a senadora Marta Suplicy, que, junto com Haddad, forma a principal dupla de pré-candidatos do PT, faz questão de dizer que não serão necessárias prévias para escolher eleger um nome no partido. "Sou a candidata natural, basta perguntar para a militância". Marta chegou a dizer nesta primeira semana de agosto que o apoio de Lula a Fernando Haddad "não é tudo" e que o ex-presidente "não é maior que a conjuntura".

Em conversa com jornalistas após a reunião, Haddad rebateu. "Respeito a senadora Marta, mas Lula tem acertado ultimamente".

Apesar de serena e objetiva, a fala do ministro não empolgou muito. Haddad tentou colar sua imagem às das realizações dos governos Lula e Dilma e falou, principalmente, de programas na área de educação. Aproveitou ainda para fazer uma pequena provocação à senadora Marta Suplicy.

"Não podemos pensar mais São Paulo para quatro anos. Infelizmente, não conseguimos nos reeleger quando tivemos a oportunidade. Agora, precisamos planejar de maneira diferente". O ministro fez referência às eleições de 2004, quando Marta não conseguiu se reeleger prefeita da cidade.

Depois vieram os deputados federais Carlos Zarattini e Jilmar Tatto e os senadores Eduardo e Marta Suplicy, nessa ordem. Durante seu discurso, Tatto elogiou Marta e aproveitou para fazer uma brincadeira em público sobre o apoio do ex-presidente Lula ao nome de Haddad. "Acho que Lula está colocando você numa fria". Em conversa com jornalistas, o deputado chegou a dizer que "Haddad não está com muita vontade de sair candidato".
 
Zarattini também relembrou realizações da gestão de Marta Suplicy e defendeu as prévias como a "voz da militância". Marta, a mais aplaudida entre os cinco pré-candidatos, falou depois de Suplicy, que divagou sobre temas sociais.

A senadora afirmou que seu sonho "foi interrompido no meio" e, ao pedir o apoio da militância, foi categórica: "Tenho a maior qualificação para ganhar as eleições. Não é hora de o PT fazer figuração, é hora de retomar o poder".

As caravanas do PT começaram na sexta-feira (5) e irão até outubro. Serão 36 no total e, até lá, alguns dos cinco pré-candidatos petistas devem abrir mão da disputa. Caso não houver consenso, serão realizadas prévias, em que apenas os filiados há mais de um ano no partido podem votar no nome de sua preferência.

Fonte: Terra Magazine