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Liverpool: “eles não sabem que estamos com tanto medo?”

A frase é de John Lennon, astro do rock, um dos líderes dos Beatles e militante incansável pela paz, amor e por causas que quebrassem tabus, como sexo explícito. “Isolamento” é o nome da música da qual foi retirado esse verso, e há mais na letra, um questionamento oportuno: “Eu não espero que você entenda; Depois de você ter causado tanta dor; Mas, novamente, você não é culpado; Você é apenas humano, vítima da loucura”.

Capital cultural européia

Talvez Lennon acrescentasse alguma declaração ainda mais contundente se estivesse testemunhando as manifestações e a violência injustificável que está se espalhando desde Londres para cidades vizinhas, como Liverpool. Mas Lennon se foi, Penny Lane é apenas uma rua comum e Strawberry Fields, um jardinzinho fechado.
Os milhares de fãs que buscam vestígios da famosa banda quando viajam para LIverpool anualmente, só encontrariam desolação e violência caso se arrisquem a passar as férias de agosto no local. A música calou, a arte perdeu seu brilho diante do absurdo. Ou absurdos, vejamos quantos:

Manifestantes "imitam" atividade criminosa

A Scotland Yard (Polícia Metropolitana de Londres) disse que os incidentes são “imitações de atividades criminosas”, que começaram após um protesto pela morte de Mark Duggan, 29. “A vítima seria pai de quatro filhos e popular na comunidade em que vivia.”

O estopim da indignação

Os protestos sobre a morte de Duggan, que foi morto supostamente pela polícia em circunstâncias ainda não esclarecidas na quinta-feira, foi pacífico inicialmente. Mas no sábado cerca de 500 pessoas se reuniram em frente à polícia em Tottenham. Alguns manifestantes jogaram garrafas com gasolinas enquanto outros enfrentaram os policiais com tacos de beisebol.

Circunstâncias da morte: difícil esclarecer?
Duggan foi morto após ser abordado em um táxi por uma unidade que investiga crimes com armas de fogo no bairro. Os policiais não divulgaram detalhes do suposto tiroteio, em que um policial também foi ferido à bala, mas prometeram uma investigação.

Por Christiane Marcondes, Portal Vermelho