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Bombeiros acampam na Câmara em defesa da PEC 300

A manifestação desta terça-feira (09) de policiais e bombeiros, na Câmara, em favor da aprovação de um piso salarial para a categoria, transformou-se em uma vigília. Os agentes de segurança decidiram intensificar as ações e permanecer no Auditório Nereu Ramos até que seja definida a votação, em segundo turno, do piso salarial de policiais e bombeiros.

O acampamento foi autorizado pelo presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), mas, segundo assessoria do presidente, os bombeiros só deveriam permanecer no local durante a noite da terça. "Esse já é um espaço ocupado. Só saímos daqui com a votação", enfatizou um dos líderes do movimento, o cabo Benevenuto Daciolo, bombeiro do Rio de Janeiro.

Colchões e barracas foram instaladas dentro do auditório, sob acompanhamento da polícia da Câmara. Maia também autorizou a distribuição de água para os manifestantes. A alimentação, segundo a Câmara, seria de responsabilidade do grupo.

A reunião da terça chegou a ter momentos tensos, com ameaças de paralisação, e alguns chegaram a insinuar que pudesse haver uma invasão ao Plenário e ao Salão Verde, mas essas iniciativas foram desfeitas com a intervenção dos deputados, que conseguiram uma reunião entre os manifestantes e o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), para a manhã desta quarta.

Daciolo anunciou ainda que os bombeiros cariocas vão iniciar um regime de aquartelamento, manifestação em que a categoria ficará recolhida nos quartéis. Segundo ele, outros estados também aderiram à manobra, que ele espera se tornar um movimento nacional.

De acordo com Daciolo, a expectativa do grupo é de que o projeto da PEC 300 possa ser incluído na pauta de votação já desta quarta-feira. Ontem, sete parlamentares renunciaram aos cargos na comissão especial que trata da PEC 300. A comissão é formada por 26 parlamentares e, na análise dos bombeiros, estaria atrasando a colocação do projeto em pauta.

"A comissão especial foi criada para atrasar a PEC. Graças a Deus esses parlamentares renunciaram aos cargos. Eles têm nosso total apoio e estão agindo para nos auxiliar", diz o cabo Benvenuto. De acordo com a agência Câmara, os deputados que renunciaram foram Átila Lins (PMDB-AM), Andre Moura (PSC-SE), João Campos (PSDB-GO), Lourival Mendes (PTdoB-MA), Otoniel Lima (PRB-SP), Lincoln Portela (PR-MG) e Delegado Protógenes (PCdoB-SP).

A resistência à votação da matéria tem origem nos governadores e no próprio governo federal, já que a criação de um piso salarial para policiais militares e bombeiros significa um aumento de despesa de R$34 bilhões.

Com agências