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Alanir Cardoso: "PCdoB tem de acumular mais forças para avançar"

“O PCdoB é um partido em ascensão, é um partido em crescimento e isso é resultado das grandes batalhas que nós temos travado e do papel que o partido vem cumprindo em todos esses anos”, afirmou o presidente estadual do PCdoB de Pernambuco, Alanir Cardoso, nesta quarta-feira (10) durante o ato de lançamento do documento base da Conferência Municipal do partido em Recife, a realizar-se no dia 10 de setembro próximo.

- Mariza Lima

Alanir Cardoso lembrou ainda as mudanças ocorridas no Brasil desde 2002, com a eleição do ex-presidente Lula, e a vitória da presidenta Dilma, em 2010, que considerou “a terceira vitória da força do povo do Brasil”.

“É evidente que não somos ainda o país que queremos ser e os objetivos estratégicos do partido são absolutamente claros: nós lutamos desde a nossa fundação, em 1922, para construir a nossa terra, a República dos trabalhadores, construir em nossa terra a sociedade socialista. É evidente que o socialismo não cai de paraquedas, não está na esquina e para chegarmos ao socialismo é preciso, portanto, muita luta e muito acúmulo de forças. Ninguém vai fazer a revolução sozinho e o PCdoB sozinho não vai fazer a revolução no País”, disse o dirigente comunista.

Mas, segundo ele, o partido amadureceu. “Nós somos um partido que, em primeiro lugar, tem um programa atualizado, que é o programa socialista do Brasil, que corresponde à realidade do nosso País. Além disso, nós temos uma estratégia que materializa na prática cotidiana o ambiente do partido na sua ação política e isso nos vai armando”.

Mas, para Alanir, isso só não basta e o partido tem de avançar. “É preciso ter um partido com mais força, com mais desenvoltura para jogar um papel mais saliente. Isso que nós estamos fazendo, que é realizar as conferências municipais e depois a Conferência Estadual, pressupõe exatamente essa possibilidade de fazer um balanço das atividades do partido no período anterior, ver até onde avançamos, as insuficiências que apresentamos, mas sobretudo a possibilidade de jogar um papel mais destacado nesse sentido”, disse.

Recife e as eleições 2012

O presidente estadual do PCdoB ressaltou ainda a importância de Recife no contexto político e socioeconômico de Pernambuco. “O Recife é uma cidade grande, que concentra grande parte da população do Estado. Grande parte das riquezas que se produzem em Pernambuco é produzida no Recife. Temos um PIB (Produto Interno Bruto) da ordem de R$ 22 bilhões, que corresponde à parcela importante do PIB do Estado e é aqui que se travam as batalhas políticas mais importantes”.

“Nessa perspectiva, a realização vitoriosa da Conferência do partido no Recife é um pressuposto importante de que realizaremos a Conferência Estadual também com sucesso. Nós deveremos realizar conferências em cerca de 100 cidades, mas é fundamental para que o partido receba um impulso maior que realizemos aqui uma conferência vitoriosa”, avaliou.

Alanir Cardoso destacou ainda a responsabilidade do conjunto do partido na construção da chapa proporcional para as eleições de 2012. “Nesse quadro existem alguns desafios postos e nós que militamos no Recife, que atuamos no partido e fazemos o partido no Recife, temos uma reponsabilidade enorme, por exemplo, na construção da nossa chapa de vereadores. Digo isso, porque existem prazos que independem da nossa vontade, tem a legislação eleitoral que diz que para disputar as eleições do ano que vem os futuros candidatos tem de estar filiados até o dia 30 de setembro em qualquer partido político. E nós precisamos discutir no Recife uma chapa mais representativa em condições de eleger bancadas na Câmara Municipal do Recife”.

Ele também chamou atenção para a necessidade de se ampliar o número de filiados. “Nesse sentido nós temos certa luta contra o relógio. A chapa que nós produzimos até agora é muito importante, mas é insuficiente para a batalha que vamos travar no ano que vem, bem como para dar a contribuição necessária para que o partido se fortaleça. Isso também é um desafio que todos nós aqui presentes temos de levar em conta”.

“Claro, que o partido vai continuar crescendo permanentemente porque não vive só em função das eleições, mas para essa batalha eleitoral, nós precisamos trazer para nossas fileiras, até 30 de setembro, muitos companheiros e companheiras, que ainda não estão no nosso partido, para nos ajudar a dar conta dessa tarefa da melhor maneira possível”, explicou.

O dirigente comunista avaliou também o cenário eleitoral de 2014. “O próximo ano é a antessala de 2014, que será um ano em que vamos decidir de maneira mais ampla o futuro do Brasil. Nós não vamos eleger de novo o presidente da República, todos os governadores de Estado, um terço do Senado, renovar toda a Câmara Federal e um terço de todas as Assembleias Legislativas do País. Este é, então, o momento de jogar um papel mais destacado e para isso nós temos de acumular muito na batalha de 2012”, afirmou.

Acúmulo de forças

O presidente do partido em Pernambuco fez questão de lembrar que a atuação do partido não se restringe apenas à disputa eleitoral. “Nosso acúmulo de forças pressupõe participar não somente da batalha eleitoral, mas de todas as frentes dos movimentos sociais. Nesse período recente, nós construímos a CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, continuamos a dirigir a UNE e a UBES em plano nacional, acabamos de sair do congresso vitorioso da UNE, nós dirigimos a UEP – União de Estudantes de Pernambuco, a UMES, e muitos sindicatos importantes do Estado, muitos deles com ação política mais permanente em Recife. Também participamos de associações de moradores, do movimento de gênero – nós precisamos organizar as mulheres -, e de outros movimentos sociais”.

Para ele, a soma de tudo isso ajuda o PCdoB a “acumular mais forças para poder jogar um papel mais saliente”.

“Somos um partido que tem uma atuação importante no Brasil, em Pernambuco e no Recife, o que abre uma enorme oportunidade de expansão do nosso partido. Nós não falamos grego com o povo do Recife, o partido tem identidade e relação próprias com o povo e, portanto, existe uma enorme possibilidade de que no esforço coletivo nós sejamos capazes de realizar uma conferência mais ampla, mais representativa, e em condições de colocar nosso partido em melhores condições de travar as batalhas da atualidade e as batalhas futuras, que nós sejamos chamados a enfrentar”.

Fonte: Portal do Luciano Siqueira