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Dilma: governo que se deixa capturar pela corrupção é ineficiente

A presidente Dilma Rousseff falou nesta quinta-feira (11) sobre as mudanças em seu governo em entrevista para a revista Carta Capital. Dilma condenou formas de corrupção que assolam os governos. “O governo que se deixa capturar pela corrupção é ‘altamente ineficiente’. Por uma questão não só de ética e moral, mas de eficiência, você é obrigado a tomar providência", afirmou Dilma.

Além da política interna, como as mudanças ministeriais e as obras para a Copa de 2014, a presidente comentou também a crise financeira nos Estados Unidos.

Sobre as acusações de corrupção que atingiram o seu governo, a presidente disse que suas decisões para afastar os envolvidos não foram pautadas pela mídia. Mas, segundo ela, isso não significa que o governo não dá importância à imprensa. "Agora, não vou gastar nisso todo o meu tempo, que é político."

"Nem na história do Transportes, nem no caso da Agricultura ou de qualquer outro caso que por ventura ocorra, não temos o princípio de ficar julgando as pessoas."

Dilma Rousseff negou que tenha sido obrigada a acalmar os comandos militares por causa da nomeação do ex-chanceler Celso Amorim para o Ministério da Defesa. Sobre as notícias que relatam um suposto desconforto nas Forças Armadas, a presidenta perguntou: “É algo relevante?”. E completou: “Não é. Não estamos mais na época das vivandeiras dos quartéis. As Forças Armadas são disciplinadas. A subordinação do poder militar ao civil foi uma conquista da sociedade brasileira”.

A presidente negou-se, porém, a comentar a maneira com que Nelson Jobim cavou sua demissão do governo. Em uma das raras menções indiretas ao ex-ministro, demitido na semana passada, afirmou que ninguém é ou pode se achar insubstituível. “Nem na monarquia era assim. Rei morto, rei posto”.

Ainda a respeito da troca na Defesa, Dilma disse ter “certeza absoluta” de que Amorim será um extraordinário ministro e que sua gestão vai ser capaz de avançar na modernização tecnológica das Forças Armadas.

Ela ainda disse que ficou perplexa com decisão da agência Standard & Poor´s de rebaixar a nota da dívida dos Estados Unidos. "Não houve nenhuma grande alteração, a não ser política, que justificasse", completou.

Sobre a Copa do Mundo de 2014, Dilma voltou a dizer que não haverá problema para o evento. "O problema dos aeroportos não é da Copa, é algo para depois de amanhã. Asseguro que em 2014 estará tudo prontinho."

Ela defendeu a criação da Comissão da Verdade. "Queremos que seja unânime nas bancadas do Congresso. Não há motivo nenhum para o PSDB e o DEM não a aprovarem", disse.

A presidente ainda falou da construção do trem-bala ligando o Rio a São Paulo. "Não se trata de apenas oferecer mais uma alternativa de transporte, mas de produzir uma reconfiguração urbana."

Com informações da Folha de S. Paulo e da Carta Capital