Aliados e opositores de Mubarak agridem-se diante de tribunal
Seguidores e adversários do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak reeditaram nesta segunda (15) os choques de dias atrás em frente ao tribunal que julga o "rais" por crimes de lesa humanidade e corrupção, julgamento adiado para o próximo dia 5.
Publicado 15/08/2011 19:56
A sessão desta segunda (15) durou o tempo suficiente para que as partes apresentassem a lista de testemunhas e o presidente do tribunal, Ahmed Rifaat, anunciasse que na próxima audiência será eliminado o circuito fechado de televisão, que permitia o acompanhamento do processo por milhares de pessoas que exigem a pena máxima para o réu.
Promessas
O governo de transição havia prometido há semanas que os julgamentos dos acusados de crimes e corrupção administrativa seriam feitos a portas abertas, no meio de uma crescente tensão pela volta à Praça Tahrir (Libertação, árabe) de milhares de manifestantes frustrados pela lentidão na aplicação de prometidas reformas democráticas.
Policiais à paisana e sem armas pessoais faziam a segurança nas ruas próximas ao tribunal da sede do julgamento, a Academia da Polícia, mas foram incapazes de evitar que ambos os grupos atirassem pedras um no outro e trocassem insultos verbais.
Prova de fogo
Rifaat reunificou os julgamentos contra Mubarak, seus filhos Gamal e Alaa, seu ministro do Interior Habib el Adly e contra seis funcionários de alto escalão dessa dependência, acusados de executar as ordens do ex-presidente de disparar com munição de guerra contra os manifestantes que o obrigaram a renunciar, no dia 11 de fevereiro.
O processo contra Mubarak é considerado uma prova de fogo para o Conselho Supremo Militar, governo de transição dirigido pelo marechal Mohamed Hussein Tantawi comprometido a criar as condições políticas idôneas para a celebração de eleições legislativas e presidenciais ainda este ano.
Redação do Vermelho com informações do Prensa Latina