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Dilma reafirma que governo punirá corruptos

Durante discurso na cerimônia de posse do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, nesta segunda (15), a presidente Dilma Rousseff mostrou-se firme na defesa de uma Justiça “eficaz, célere e senhora da razão”. Gurgel diz que denúncias de corrupção terão prioridade no Ministério Público.

No rápido pronunciamento, Dilma enfatizou que a recondução de Gurgel para mais um período à frente da PGR “é mais uma expressão da maturidade de nossa democracia e solidez e nossas instituições”.

Garantiu ainda que a indicação de Gurgel recebeu ampla aprovação do Congresso Nacional: “Estará [Roberto Gurgel] sim, por mais um período, exercendo um importante papel nesta luta de todos nós em prol dos direitos constitucionais".

Reafirmou o compromisso do seu governo com a punição aos corruptos: "Onde ocorrerem maus feitos, onde o crime organizado atuar, nós vamos combater com firmeza, utilizando todos os instrumentos de investigação e punição de que o governo dispõe. Mas, ao mesmo tempo, tenho o dever de afirmar que farei tudo o que estiver ao meu alcance para coibir abusos, excessos e afrontas à dignidade de qualquer cidadão que venha a ser investigado. Meu governo quer uma Justiça eficaz, mas sóbria e democrática."

Dilma afirmou que o Brasil "é um país de bem, de pessoas honestas, que vivem do fruto do seu esforço pessoal, que abominam o crime e prezam a legalidade".

Operação Voucher

Na prática, Dilma referia-se aos recentes episódios desencadeados pela Operação Voucher, que resultou na prisão de 36 pessoas a partir de investigação sobre possíveis irregularidades em convênios firmados no âmbito do Ministério do Turismo.

“Temos excelentes motivos para confiar em nossas instituições. Igualdade de todos perante a lei. A PGR, com sua autonomia, tem papel fundamental a cumprir. Desejo muito sucesso ao procurador-geral da República em seu novo mandato. Muito obrigada.”

Após a cerimônia de posse, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, conversou com a imprensa e reiterou o compromisso do Ministério Público em agir de forma independente e com interação com os demais órgãos de controle. “O Ministério Público jamais se furtará a processar quem quer que seja”, disse.

Questionado pelos jornalistas sobre o vazamento de fotos de presos da Operação Voucher da Polícia Federal, ocorrido na última sexta-feira (12), Gurgel afirmou que o caso “é absolutamente inaceitável (…), deve ser apurado e os responsáveis, punidos”.

Gurgel disse que as investigações sobre esquemas de corrupção nas pastas do Turismo, Transportes e Agricultura serão prioridades na atuação do Ministério Público. "São todos temas que vão merecer a atenção prioritária da Procuradoria Geral da República".

“O discurso da presidente, ao me ver, realça que neste país nós temos que ter rigorosamente observados os diretos daquelas pessoas que são investigadas. E naquele episódio, especificamente, não há dúvidas de que os direitos não foram adequadamente observados”, disse.

O procurador também fez uma avaliação sobre impunidade. Na avaliação dele, a ideia de que a impunidade vem crescendo no Brasil não é verdadeira. "Não é a avaliação que faço. Eu acho que nós caminhamos bastante contra a impunidade, que é uma luta que não permite descanso, não permite trégua. Nós temos que continuar trabalhando para que essa luta se transforme em fato”.

Ainda com relação à Operação Voucher, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também comentou o episódio. Segundo Cardozo, sempre que for constatada uma situação de abuso de poder e de ilegalidade, deve-se punir com rigor.

“Mas, repito, uma coisa é o trabalho e a importância da Polícia Federal, que são indiscutíveis, outra coisa é o abuso que, por vezes, um ou outro agente, um ou outro servidor, podem efetuar”, afirmou.

Redação do Vermelho com informações do Blog do Planalto, atualizado com novas informações às 18h30