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Governo boliviano procura dialogar com indígenas

O governo boliviano mantém a oferta de diálogo com representantes das comunidades do Território Indígena do Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis), apesar de uma anunciada passeata contra a construção de uma estrada interdepartamental.

O ministro da Presidência, Carlos Romero, qualificou no domingo (14) ontem de "sem sentido e injustificada" a mobilização, que alega possíveis danos ao meio ambiente, em desacordo com a construção do segundo trecho de uma estrada que facilitará a comunicação entre os departamentos de Beni e Cochabamba.

Romero ressaltou a importância de conversar a fim de compatibilizar interesses e de realizar o estudo do impacto ambiental da obra, com a colaboração das comunidades.

Também pediu que as mesmas não se deixem manipular por alguns setores interessados em gerar mobilizações injustificadas no país.

"Antes os governos eram surdos e cegos frente à realidade e às demandas dos indígenas, ao contrário do que acontece agora, quando estão entre os mais beneficiados com as políticas implementadas", explicou.

Por sua vez, o ministro de Obras Públicas, Walter Delgadillo, apontou que há tempo o governo trabalha intensamente para abrir espaços de diálogo, por isso considerou falso que os representantes indígenas alegueum que não foram convocados a tempo.

Delgadillo reiterou que as autoridades abriram todas as portas ao mecanismo do diálogo, mas que não são admitidas por algumas comunidades.

O ministro denunciou a depredação em Tipnis, principalmente por parte de madeireiros e comerciantes ilegais de recursos naturais.

Para ele, a construção da estrada é uma boa maneira de conservar e proteger o parque, aumentando a presença estatal e fortalecendo o papel das organizações originárias e das comunidades.

Não existe contradição alguma entre os objetivos de desenvolvimento nacional e as aspirações indígenas, por isso é possível encontrar alternativas convergentes.

Segundo dados oficiais, os trechos Um e Três da estrada já têm licença ambiental. A via, de um total de 300 quilômetros, vinculará a produção camponesa da Amazônia aos vales e ao Altiplano.

Fonte: Prensa Latina