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Intelectuais se reúnem em apoio à candidatura de Haddad

Um grupo de cerca de 30 intelectuais ligados ao PT se reuniu na sexta-feira na casa do ministro Fernando Haddad (Educação) em um jantar de apoio à sua pré-candidatura a prefeito de São Paulo no ano que vem.

Aliados do ministro articulam a divulgação de um manifesto de acadêmicos em apoio à candidatura, embora o tema não tenha sido debatido durante o jantar. Entre os participantes do encontro estiveram os filósofos Vladimir Safatle e Marilena Chauí, o cientista político André Singer, o jornalista Eugenio Bucci e a psicanalista Maria Rita Kehl.

Novato em disputas na sigla, Haddad iniciou há duas semanas um périplo pelos diretórios zonais do partido, em caravanas que reúnem todos os pré-candidatos. Paralelamente, busca apoios que legitimem sua candidatura para além da preferência já manifestada pelo ex-presidente Lula.

No jantar, Haddad fez um diagnóstico da cidade e criticou o "esgarçamento" da relação entre o PT e setores médios da sociedade, entre os quais a intelectualidade. Disse que deseja implantar o ensino integral em toda a rede da cidade, criticou a parceria com Organizações Sociais na saúde e disse que a prefeitura deveria conter a especulação imobiliária.

Alguns dos participantes do jantar têm antiga relação de amizade e profissional com Haddad. Eugenio Bucci e ele militaram no mesmo grupo político no Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da USP, no início dos anos 1980.

"O ministro Haddad é a pessoa mais vocacionada que conheço para exercer um cargo no Executivo", disse Bucci há duas semanas.

Costura política

Paralelamente à aproximação com os acadêmicos, Haddad conta com Lula e seus aliados mais próximos no PT para tentar vencer resistências da militância.

Graças ao apoio do presidente estadual do partido, Edinho Silva, um dos diretórios zonais, do Ipiranga, anunciou que não fará parte do ciclo de debates entre os postulantes e antecipou a preferência por Haddad.

Lula procurou um dos principais apoiadores da senadora Marta Suplicy, o líder do governo Candido Vaccarezza, e lhe pediu ajuda para evitar as prévias na capital.

Outra tentativa de mostrar força política, porém, fracassou. "Haddadistas" como Edinho e os prefeitos Emídio Souza (Osasco) e Luiz Marinho (São Bernardo) tentaram articular uma moção de apoio da corrente CNB (Construindo um Novo Brasil), que tem 25% do diretório da capital, ao ministro.

As expectativas foram frustradas quando o deputado Ricardo Berzoini se recusou a assiná-la e criticou a tentativa de cercear a democracia interna.

Fonte: Folha de S. Paulo