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Sarkozy e Merkel propõem conselho econômico para zona do euro

Na tentativa de enfrentar a turbulência nos mercados financeiros e aumentar a confiança do investidor no euro, os líderes da França e da Alemanha disseram nesta terça-feira, 16, que vão ampliar a governança na área da moeda comum e propuseram que o presidente do conselho da União Europeia, Herman van Rompuy, lidere um novo conselho para a zona do euro por um período de dois anos e meio.

Classificando o conselho como uma “verdadeira governança econômica para a zona do euro”, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse que o órgão vai se reunir duas vezes por ano, ou até mais, se necessário. “Queremos afirmar nossa absoluta determinação de defender o euro”, disse ele, depois de se reunir com a chanceler alemã, Angela Merkel.

Imposto sobre transações financeiras

A França e a Alemanha também vão insistir para que todos os 17 países da zona do euro adotem a obrigação de equilibrar suas finanças públicas antes de meados do ano que vem. Os dois países, os mais ricos do bloco, vão propor em setembro a adoção de um imposto sobre transações financeiras.

As propostas de Sarkozy e Merkel são anunciadas num momento de crescente pressão para que a zona do euro refaça sua arquitetura e supere a prolongada desconfiança do investidor na solidez do bloco.

Não é pequeno o risco de países em crise, como Grécia, Portugal e Espanha, decidam restaurar a autonomia sobre a política monetária, caindo fora do euro e relançando suas moedas nacionais. Além disto, a estagnação das duas maiores economias do velho continente sinaliza problemas com raízes mais profundas no processo de produção, que tendem a agravar um quadro social já crítico. 

Mercado não gostou

Os dois líderes disseram que se opõem a ir mais além, adotando por exemplo a consolidação da política fiscal por meio da emissão de bônus da zona do euro, uma idéia que ganhou força nos últimos dias. Sarkozy disse que uma medida como essa só funcionaria se a integração fiscal fosse completa, e Merkel disse que não acredita que bônus em euro resolveriam os atuais problemas da região.

À primeira vista, o “mercado” não gostou do que viu. As bolsas acentuaram o movimento de baixa e o euro seguiu em baixa, passando a perder para o dólar, na medida em que o presidente da França Nicolas Sarkozy e a chanceler alemã Angela Merkel explicavam aos jornalistas detalhes do encontro.

Uma das propostas que surgiu da reunião é a criação de um imposto sobre transações financeiras na região. Sobre a emissão de um eurobônus garantido conjuntamente, Sarkozy falou que esse seria o último passo no processo de integração europeia. Por ora, não haveria uma integração suficiente para se lançar mão de tal ferramenta.

Expectativa com o bônus

Existia certa expectativa no mercado de que um bônus comum fosse lançado para conter a crise de endividamento soberano. Em Wall Street, o Dow Jones ameaçou recuperação, mas teve firme repique de baixa após as declarações. Por volta das 13h40, o índice perdia 0,98%, a 11.371 pontos.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acompanhou tal movimento e a baixa, que estava em cerca de 0,80%, se acentuou para 1,45%, aos 53.862 pontos.

No câmbio, o euro apontava leve baixa de 0,18%, a US$ 1,441. Já o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, continuava defendendo leve alta de 0,14%, a 73,99 pontos.

No câmbio local, o dólar recuperou perdas e registrava estabilidade a R$ 1,589. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar para setembro perdia 0,03%, a R$ 1,5975.

Com informações do Valor