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Dilma lança pacto contra miséria no Sudeste ao lado de Alckmin

A presidente Dilma Rousseff deixa de lado as divergências políticas e vai à sede do governo paulista nesta quinta-feira (18) para lançar um pacto de combate à miséria no Sudeste. A iniciativa é voltada para pessoas com renda inferior a R$70 mensais – 2,7 milhões de pessoas da região.

Uma das medidas já antecipada por aliados de Dilma e do governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, é a criação do cartão único para resgate dos benefícios pagos pelos governos federal e estadual.

Trata-se da associação do Bolsa Família com o Renda Cidadã – a versão local do programa nacional. No Estado de São Paulo, há um milhão de pessoas em situação de pobreza extrema.

No total, o Brasil Sem Miséria, principal iniciativa social da presidente, visa acabar com o problema de mais de 16,2 milhões de pessoas até 2014. O governador tucano também andou dizendo, no início da semana, que tem o combate à miséria como “item número um” de sua agenda.

A parceria administrativa entre os dois governos, contudo, tem gerado preocupação em apoiadores tanto da presidente quanto do governador. “Será um avanço político no modelo de gestão, com benefício para a sociedade. Não podemos partidarizar uma ação como essa”, ponderou o presidente do PT estadual, Edinho Silva, numa tentativa de manter o evento apenas no campo institucional.

Isso porque, nos bastidores da Assembleia Legislativa e da Câmara Municipal de são Paulo já surgiam receios em relação à parceria. Do lado petista, aliados temiam que o pacto entre Dilma e Alckmin ajude o tucano na sua busca por consolidar uma imagem de que prioriza a questão social.

Já o PSDB avaliava que o eleitorado podia interpretar a ação como uma aproximação com um modelo que sempre foi apontado como “assistencialista” pelos tucanos, mas que tem se revelado inegavelmente exitoso.

Tanto que, em nome dos louros que essa parceria administrativa pode render, o governador de São Paulo adotou a estratégia de evitar engrossar o coro da oposição contra o governo, às vezes até com afagos à presidente.

Contra a miséria

Para reforçar o combate à miséria, a presidente pediu ao Congresso a inclusão de crédito adicional de R$ 1,2 bilhão no orçamento deste ano para ampliar o Bolsa Família e contratar equipes para buscar os que precisam de ajuda. A maior parte disso deve ser gasta no Nordeste, onde estão 59% dos necessitados, ou 9,6 milhões do total.

Pouco mais de 17% dos moradores do Sudeste vivem em condições de miséria. Desses, 79% estão nas cidades e 21% estão em áreas rurais. Em São Paulo, os mais pobres se dividem principalmente em duas regiões: na capital e em sua região metropolitana e mais ao sul, no Vale do Ribeira, perto do Paraná.

Além de São Paulo, o programa tentará acabar com a miséria em Minas Gerais (900 mil potenciais beneficiados), Rio de Janeiro (586 mil) e Espírito Santo (145 mil).

Com Agências