Pânico com crise das dívidas volta e bolsas europeias afundam
O pânico voltou às mesas de operações nesta quinta-feira, 18, e fez afundar novamente as bolsas europeias. A queda foi generalizada, mas os bancos registraram as maiores perdas.
Publicado 18/08/2011 16:16
Os motivos são os mesmos da semana passada: preocupação com o desempenho da economia mundial e com a situação das dívidas dos países europeus. O estopim de hoje teria sido uma reportagem do Wall Street Journal, afirmando que as autoridades reguladoras dos Estados Unidos estão monitorando as filiais norte-americanas de grandes bancos europeus, para evitar que a crise da dívida europeia possa respingar no sistema bancário estadunidense.
Também colaborou para o clima negativo o índice de atividade industrial na região da Filadélfia. Em agosto, o indicador que mede o desempenho do segmento ficou em -30,7. Em julho, estava em +3,2. Números abaixo de zero expressam contração.
Além disso, o Morgan Stanley revisou sua projeção para o crescimento da economia global neste ano e no próximo. O banco prevê expansão de 3,9% em 2011 e de 3,8% em 2012; antes, a estimativa era de avanço de 4,2% e 4,5%, respectivamente.
Entre as principais bolsas europeias, o índice FTSE 100, de Londres, perdeu 4,49%, para 5.092 pontos; em Paris, o CAC 40 recuou 5,48%, para 3.076 pontos; em Frankfurt, o DAX caiu 5,82%, para 5.603 pontos; em Milão, o FTSE MIB fechou em baixa de 6,15%, aos 14.970 pontos; e em Madri, o Ibex 35 registrou perda de 4,70%, aos 9.318 pontos.
O setor bancário liderou as baixas: Societe Generale afundou 12,3%, Dexia mergulhou 14%, Commerzbank caiu 8,4% e HSBC recuou 6%. Ações de empresas muito ligadas ao desempenho da economia mundial, como as montadora Fiat (-11,9%) e da mineradora Xstrata (-10,2%) também vieram abaixo.
As ações da Holcim, segunda maior produtora de cimento do mundo, recuaram 8,1%, depois que a empresa apresentou lucro de 347 milhões de francos suíços (US$ 437 milhões) no segundo trimestre, abaixo dos 373,3 milhões de francos previstos por analistas. As vendas da companhia caíram 11%, para 5,49 bilhões de francos, ante uma expectativa de 5,56 bilhões de francos suíços.
Os papéis da cervejaria britânica SABMiller perderam 6,6% diante da decisão do conselho da australiana Foster’s de recusar a oferta hostil de compra por 9,5 bilhões de dólares australianos (US$ 10 bilhões).
Fonte: Valor